Heróis de Nossa Terra

No último final de semana, fui ao cinema assistir (nas confortáveis poltronas do Cine Goiabeiras), ao novo lançamento do Homem Aranha. Gostei do filme e achei mais emocionante que o primeiro.

Era uma sessão das 17 horas do Domingo e como não poderia deixar de ser, estava repleta de crianças e adolescentes, que gritavam de euforia a cada reação e atitude do super herói das histórias em quadrinhos.

Saí do cinema com a mesma sensação de alegria e satisfação dos meus tempos de menino, refletindo sobre a necessidade que todos nós temos de ter um herói. Talvez seja uma característica mais acentuada no brasileiro, diante de tantas adversidades; talvez não, seja inerente ao ser humano; só sei que volta e meia nos vemos envoltos ao culto de algum herói.

Pode ser um político, como Tancredo Neves, Mário Covas, Getúlio Vargas (não vale o Lula, já não é mais herói, pode até vir a ser!). Pode ser um esportista, como Pelé, Airton Sena, Guga. Pode ser até um artista como Roberto Carlos, Renato Russo, Marlon Brando. Jogador de futebol então nem se fala, tem no mínimo um herói em cada time, para todos os gostos, idades e torcedores.

Pergunto a você, amigo (a) leitor (a): quem são nossos heróis em Mato Grosso? Se analisarmos nossa história, é assunto para Alfredo de Menezes, Onofre Ribeiro ou Romero Jucá. Agora se levarmos em conta fatos recentes e importantes para a ética, moral e cidadania, não há dúvidas que temos dois nomes imbatíveis: O juiz Julier Sebastião da Silva e o procurador da República Pedro Taques.

Possuem várias semelhanças: ambos são formados em Direito, possuem 35 anos, são impetuosos, corajosos, andam para cima e para baixo com seguranças, são ameaçados de morte e possuem estatura semelhante.

Aliás, como diz meu pai (que para mim é meu grande herói), por que todo baixinho é invocado? Não sei, mas quem dera se tivéssemos outros tantos “baixinhos” como Julier e Pedro Taques. Podem até não ter uma grande estatura, mas possuem uma altura na personalidade e uma grandeza ética que é reservada a poucos homens de caráter e determinação.

Esses dois homens, no exercício de suas funções, conseguiram destituir e desmantelar o que já foi a mais poderosa e organizada quadrilha criminosa de Mato Grosso.

Quando vejo uma foto do “Comendador” João Arcanjo Ribeiro num jornal; quando passo em frente à antiga Estância 21, hoje transformada em Quartel da Polícia Militar; quando não vejo mais as dezenas de bancas de jogos do bicho espalhadas pelas ruas das cidades, como ha dois anos atrás; quando penso na possibilidade do governo estadual reverter grande parte da fortuna do “Comendador” para os cofres públicos, consigo enxergar a dimensão do trabalho e da coragem desses dois funcionários públicos, em prol deste estado e de todos que nele moram.

Acho que Mato Grosso deve se orgulhar dos heróis que tem!

João Carlos Caldeira Empresário, jornalista, especialista em administração de turismo, hotelaria e lazer. E-mail: joaocmc@terra.com.br