Marido de jornalista assassinada subornou empregada para forjar álibi

PORTO ALEGRE - O empresário Luiz Henrique Sanfelice, 39 anos, principal suspeito da morte da mulher, a jornalista Betriz Rodrigues, de 43 anos, encontrada carbonizada, dentro de seu carro, no último dia 12 de junho, em Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos, responderá por homicídio triplamente qualificado. Responderá também pelo crime de suborno a testemunhas. O pedido de prisão preventiva já foi solicitado pela Promotoria Pública de Novo Hamburgo.

Conforme o promotor Eugênio Amorim, Sanfelice teria dado dinheiro a uma de suas empregadas para que mentisse em seu favor, para forjar um álibi, no inquérito que investigou a morte da jornalista . A empregada também será denunciada. Segundo Amorim, a doméstica que prestou falso testemunho, disse ter visto o acusado em casa, num horário favorável à sua defesa. Na casa da empregada, a polícia encontrou cerca de R$ 2 mil em uma caixa, fato que levantou suspeitas.

Ainda de acordo com o promotor Amorim, o pedido de prisão preventiva à Justiça se sustenta pelo fato de que o suspeito poderia fugir do país sob respaldo de um homem já condenado por crime semelhante. Trata-se de Ivan do Amaral, que administra uma empresa nos Estados Unidos, onde Sanfelice tem duas salas locadas para negócios de exportação. O Ministério Público informou que em outubro prescreve a condenação de Amaral por ordenar o assassinato do ex-sócio Aquiles Braggion, em 1983, também encontrado carbonizado dentro de um veículo.

Segundo a promotoria, Sanfelice tem dupla cidadania. Na denúncia, a promotoria listou crime por motivo torpe (passional e financeiro), meio cruel (fogo) e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de suborno à testemunha.