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Cultura
Terça - 06 de Julho de 2004 às 11:44
Por: Beatriz Coelho Silva

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Rio - Pinturas e desenhos em papel predominam no segundo leilão que a Bolsa de Artes promove este ano, hoje à noite, no Copacabana Palace. São obras acabadas de artistas consagrados, de diferentes épocas, como Rugendas, Portinari, Cícero Dias, Pedro Américo, Hélio Oiticica e Di Cavalcanti, cujo grafite e aquarela Mangue alcança o maior preço, entre R$ 180 mil e R$ 260 mil. Das pinturas, o óleo sobre tela De Noite, de Antônio Bandeira (entre R$ 180 mil e R$ 220 mil), e uma Natureza-Morta, de Di Cavalcanti (entre R$ 150 mil e R$ 200 mil), além de uma pintura noturna de Guignard, Procissão (entre R$ 140 e R$ 180 mil), encontram-se entre os principais lotes.

"Do acervo reunido, destacamos o suporte de papel por causa da sua alta qualidade e sua raridade e também porque o mercado brasileiro não dá o devido valor ao papel, como ocorre no exterior. Aqui, acredita-se que obras em papel são sempre estudos, mas a maioria do que oferecemos agora é composta por trabalhos prontos", diz o diretor da Bolsa, Jones Bergamin.

"Peças como o Debret Camaleão, que foi da coleção de Luiz Buarque de Holanda, só aparecem de 20 em 20 anos, pois as obras dele já estão em museus como a Chácara do Céu, aqui no Rio. Já Mangue é o quadro da Di Cavalcanti mais reproduzido até hoje, está em todos os catálogos e livros sobre ele. Por isso, é o lote mais valorizado."

Também desta vez a Bolsa de Artes conseguiu trabalhos raros de artistas recentes, como o óleo sobre tela Composição, de Lígia Clark (entre R$ 140 mil e R$ 180 mil), e a aquarela Ateliê, de Ismael Nery (entre R$ 100 mil e R$ 150 mil). Como sempre, há muita paisagem carioca e fluminense do início do século 19 até meados do século 20, mas a mais preciosa é o guache Inauguração do Portão do Passeio Público (entre R$ 60 mil e R$ 80 mil), ainda do período colonial.

"Essa obra está no leilão como de autor anônimo, mas tudo indica que seja um desenho de Mestre Valentin", informa Bergamin. "É o tipo de obra que aparece só muito raramente em leilões, tal como Debret e Rugendas."




Fonte: Estadão.com

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