Candidaturas foram postas só como “balão de ensaio”

Passadas as convenções, definidos os candidatos que vão disputar as eleições para prefeito este ano em Cuiabá, é possível analisar o quanto houve de especulação e o quanto mudou o cenário político nos últimos meses até o dia 30 de junho. A chamada Tríplice Aliança, que depois virou Quádrupla Aliança, ruiu e nenhum dos partidos sequer lançou candidato a prefeito. Marcelo "Padeiro" de Oliveira (PMDB), Robério Garcia (PTB), Jorge Pires (PFL), Bento Porto (PDT) e Emanuel Pinheiro (PDT) chegaram a ser lançados candidatos pelos respectivos partidos. Em alguns houve até festa de lançamento, mas no final, depois de muito nadar, todos morreram longe das urnas.

A Tríplice Aliança nasceu de um projeto que parecia sólido, firmado entre três deputados federais: Ricarte de Freitas (PTB), Welinton Fagundes (PL) e Pedro Henry (PP). A intenção era agregar mais afiliações partidárias para concorrer ao Palácio Alencastro e disputar com os outros candidatos já anunciados: Alexandre César (PT) e Wilson Santos (PSDB). Dois nomes foram indicados dentro da aliança para que disputassem a indicação da pré-candidatura.

O empresário Robério Garcia (PTB), com o projeto "A Cuiabá que queremos", disputou com o médico Alencar Farina (PL) a vaga na chapa. Quando a contagem regressiva nos três partidos havia começado, surgiu o apoio do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e dois novos nomes para participar da disputa interna: Bento Porto e Emanuel Pinheiro.

Bento Porto sentiu-se traído, pois havia sido lançado candidato do partido uma semana antes do diretório municipal acertar um acordo com a Tríplice Aliança. Com o naufrágio da Quádrupla Aliança, Porto disse que tentou assegurar a candidatura, mas uma manobra do diretório municipal teria impugnado a chapa. Além disso, ele afirma que o diretório nacional não o auxiliou. "O diretório nacional, covardemente, retrocedeu da decisão de lançar candidatura própria. O resultado foi o pior possível e quem perdeu foi o povo. O PDT se autodestruiu em Cuiabá", desabafou Bento Porto. O partido dele uniu-se ao PSDB e não conseguiu sequer a vaga de candidato a vice-prefeito na chapa majoritária.

Emanuel Pinheiro, que foi lançado pré-candidato no ato de união do PDT com a Tríplice Aliança, logo desistiu da idéia. Ele disse que a proposta da pré-candidatura foi de lideranças do partido, mas que ele estava ocupado com outras atividades profissionais e que não poderia ser candidato.

No lucro

Quem se saiu melhor com o fim da Tríplice Aliança formada por PTB, PP e PL foi Alencar Farina, do Partido Liberal. O médico, que disputou com Robério e perdeu a indicação da pré-candidatura depois da pesquisa encomendada pelo grupo, conquistou a indicação do partido para ser o candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Alexandre César (PT).