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Cultura
Quarta - 30 de Junho de 2004 às 13:59
Por: Lauro Lisboa Garcia

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São Paulo - Há quatro anos sem se apresentar em São Paulo - a última foi ao lado de Gal Costa -, o compositor Edu Lobo volta hoje para curta temporada no Baretto. É uma oportunidade rara de ouvi-lo cantar jóias como Pra Dizer Adeus, Beatriz, Casa Forte e Choro Bandido, entre outras que cobrem todas as fases de sua carreira. Além do próprio violão, terá a companhia do trio de craques formado por Nelson Ayres (piano), Bororó (contrabaixo) e Jurim Moreira (bateria), com quem vem trabalhando há anos.

Notório mestre das harmonias, Edu está sempre mexendo nelas. "A música vive em movimento, não termina nunca. Só não pode mudar a melodia, mas adoro quando alguém dá um palpite", diz. As introduções de Pra Dizer Adeus e Choro Bandido, por exemplo, foram feitas por Tom Jobim. "Essas eu não mudo."

Edu é do tempo em que música era feita sem se preocupar com mercado, mas cuidando das letras e das harmonias. "Os compositores com quem convivi - Vinicius de Moraes, Baden Powell, Carlos Lyra, Oscar Castro Neves - faziam a melhor música, a mais moderna. E o que a gente queria da vida era só fazer música boa, atingir o padrão de Tom Jobim", compara Edu, referindo-se aos anos 60. Ele lembra que a música popularesca e a sofisticada sempre conviveram, mas não convivem mais. "A sofisticação foi banida do mercado, mas eu não vou mudar por isso."

Talvez o público mais jovem não faça idéia de que Beatriz, por exemplo, seja dele. Parceria com Chico Buarque para o balé O Grande Circo Místico, virou clássico na voz de Milton Nascimento. "O sucesso de Beatriz é quase um mistério para mim. Com Pra Dizer Adeus aconteceu a mesma coisa. Demorou uns quatro anos para se tornar conhecida, mas rompeu barreiras. Foi entrando nas veias aos poucos e agora demora a sair. Hoje todo mundo me acompanha nos shows."

Edu Lobo - Baretto/Bar do Hotel Fasano (64 lugares). Rua Vittorio Fasano, 88, Cerqueira César, 3896-4066. De hoje a sábado, às 21 horas. Couv. Art.: R$ 150,00. Até sábado.




Fonte: Estadão.com

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