Denúncia de Brito causa desconforto

O governador Blairo Maggi descartou a possibilidade do deputado estadual Carlos Brito ser o candidato do PPS à prefeitura de Cuiabá. Na avaliação do chefe do Executivo, Brito foi precipitado ao denunciar a suposta filiação irregular que estaria sendo praticada por integrantes do Diretório Municipal do PPS.

“Não conheço o processo, mas acho que é uma coisa precipitada, porque se o deputado Carlos Brito tem essa suspeita, era muito mais simples ele ter aguardado a convenção e ter verificado na lista de votação”, avaliou o governador, ao observar que não participará da convenção em Cuiabá, mas que apoiará o candidato homologado pela convenção.

Para Blairo Maggi, apesar de Carlos Brito ter direito a disputar a convenção, o candidato do PPS já está definido, tendo em vista que politicamente o partido havia tomado uma decisão. “Não vejo como o deputado Sérgio Ricardo não ser o indicado, uma vez que o Diretório Municipal é controlado, a grande maioria, pelo grupo do prefeito Roberto França, não vejo outra possibilidade que não seja essa”, considerou o chefe do Executivo.

Sobre a decisão de colocar novamente seu nome na disputa interna do partido, Blairo Maggi fez um alerta ao pretenso candidato Carlos Brito. “Se ele voltou atrás e quer disputar, que faça dentro das regras, digamos assim, democráticas”.

Vale destacar que Maggi foi o maior incentivador da candidatura de Carlos Brito, porém, diante da dificuldade de emplacar o seu nome no PPS, uma vez que ia contra os interesses do prefeito Roberto França, foi ele também quem pediu que Brito se retirasse do processo.

No último sábado, após denúncia de Carlos Brito, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca no Diretório Municipal do PPS. Foram requisitados lista de filiados, estatuto partidário e atas de reuniões em que se definiu o nome do pré-candidato a prefeito de Cuiabá. Segundo a denúncia, dirigentes estariam realizando filiações retroativas, de modo a beneficiar o pré-candidato Sérgio Ricardo.

Sobre o episódio, o governador afirmou que consultou o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Flávio Bertin, o qual teria dito que não há como ter denúncia de filiação nesse momento porque no mesmo ato em que um partido pede para fazer convenção, ele informa a relação dos filiados.