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Politica Brasil
Sexta - 25 de Junho de 2004 às 17:02

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O jornal norte-americano The New York Times vai publicar no próximo domingo uma longa reportagem com um perfil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na capa, uma ilustração pintada a mão retrata o presidente em meio a nuvens, acima do restante do desenho, que traz trabalhadores rurais em meio à vegetação. A reportagem será capa da revista dominical do jornal e tem mais de 7,6 mil palavras.

O New York Times enviou ao Brasil o jornalista Barry Bearak, que em 2002 ganhou um Prêmio Pulitzer por reportagens sobre o Afeganistão. Ele passou três dias no último mês de março acompanhando a rotina do presidente brasileiro. Ele afirma que, em reação a críticas, "Lula com freqüência se desculpa ou fica remoendo ou simplesmente perde a calma".

Em seguida, cita brevemente a polêmica que o presidente teve com o próprio New York Times, no mês passado, depois que o jornal publicou uma reportagem sobre uma suposta preocupação nacional causada por seu hábito de beber.

A polêmica resultou na expulsão do correspondente Larry Rohter, em seguida revogada, segundo Bearak, aparentemente depois que Lula viu que o artigo no "jornal não era tão danoso à sua reputação quanto a subseqüente mostra de ressentimento" do presidente.

Fábula ambulante

Bearak compara a aparência física de Lula com a de um "pequeno urso" e afirma que ele é "uma fábula ambulante, a clássica história da democracia, o garoto pobre que cresceu para ser presidente". Para recriar esta história, o jornalista visitou o ABC paulista e também o interior de Pernambuco, onde Lula cresceu. Por recomendação do presidente, experimentou uma buchada de bode oferecida por seu primo.

Ainda em Pernambuco, Bearak acompanhou uma ocupação de fazenda organizada pelo MST e observou em um imóvel do grupo os pôsteres de "Lula, Che Guevara e Conan, o Bárbaro". Bearak conta partes da carreira sindical de Lula, ressaltando seu pragmatismo na busca de melhores condições de trabalho, e diz que as posturas do presidente foram mudando na medida em que os tempos também mudavam.

A reportagem também diz que a política de Lula, uma vez no governo, decepcionou muita gente que vinha lhe dando apoio desde o começo de sua carreira política. "Sob o Partido dos Trabalhadores, os trabalhadores levaram um golpe no estômago", escreve Bearak. Mas a reportagem afirma que, por outro lado, Lula conseguiu ganhar a confiança dos mercados e que a economia vem dando sinais de recuperação.

Além disso, diz que o presidente, "como estadista", tem marcado sua política externa por uma postura arrojada que "desafia regimes comerciais internacionais que favorecem as nações ricas em detrimento das pobres". "Sua vida inevitavelmente servirá como uma fábula maravilhosa; só que ainda é cedo para saber qual será a moral da história", conclui a reportagem.




Fonte: BBC Brasil

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