Repórter News - reporternews.com.br
Uma questão de futuro humano
Na última segunda-feira, junto com o amigo Gabriel Muller, tomei posse como membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, presidido pelo historiador João Carlos Ferreira. Foi um momento raro desses que confortam o coração. Não pela honraria, porque isso é bobagem. Mas pela oportunidade de inserir-me na instituição mais antiga em atividade no estado, desde 1919.
Na verdade, o que vejo efetivamente como oportunidade, é participar dessa poderosa síntese que está se realizando atualmente em Mato Grosso. Ao lado de confrades profundamente comprometidos com a história e com a dinâmica sócio-econômica-cultural, o Instituto guarda um dos mais ricos acervos mato-grossenses.
Na solenidade de posse, que se realizou no Fiemtec, em Cuiabá, na noite de segunda-feira, tive a oportunidade de fazer um resgate humano sobre Mato Grosso, que gostaria de repetir neste espaço. Não pela autoria, mas por sua importância histórica. Vou transcrevê-lo a partir do discurso, na expectativa de produzir alguma reflexão com essas informações:
“Os 589 mil habitantes de 1970 dobraram em 1980, para 1 milhão 130 mil. Hoje, 30 anos depois chegamos a 2 milhões e meio de habitantes.Mas já não somos mais só os mato-grossenses históricos. E nem somos mais os migrantes.
Já não temos identidades separadas. Todos somos parte de um mesmo projeto de fé no futuro. Quem estava incorporou-se. Quem chegou também incorporou-se. Claro que houve arranhões nessa síntese. Ninguém abre mão dos seus valores históricos sem questionar o quê e para quê. Mas isso já pertence ao passado”.
(...) ”Em 1492 quando se descobriu a América e em 1500 o Brasil, a Europa era a soma das heranças humanas e culturais do extremo oriente asiático, do norte da África, da Ásia Menor e das civilizações árabes, grega e dos habitantes naturais europeus. Depois de séculos, descendentes atravessaram a Europa e chegaram às Américas.
No fim do século 19 e começo do século 20 o Brasil trouxe imigrantes europeus especialmente para o Sul e para o Sudeste do país. Ao longo das décadas seguintes eles se fundiram entre si: alemães, italianos, japoneses, portugueses, espanhóis, russos, poloneses, ucranianos.
Por fim, menos de um século depois eles subiram para o Centro-Oeste na marcha para a Amazônia. Em Mato Grosso encontraram outras misturas anteriores de europeus, de negros e de etnias indígenas diversas.
A partir de 1970 começaram as misturas entre esses dois universos. Nós que estamos aqui, por nós ou por nossos filhos estamos construindo a última grande síntese racial humana na Terra.
Por ser assim, esta é uma terra que carrega valores ancestrais tanto espirituais, quanto culturais, raciais, genéticos e muito particularmente: traz imensas potencialidades espirituais e construtivas que o futuro da humanidade vai requisitar.”
Imagino que seja este o papel que qualquer um de nós tenha numa instituição como o Instituto Histórico e Geográfico neste Mato Grosso do presente e do futuro: o papel da antevisão.
Onofre Ribeiro é Jornalista em Cuiabá.
Na verdade, o que vejo efetivamente como oportunidade, é participar dessa poderosa síntese que está se realizando atualmente em Mato Grosso. Ao lado de confrades profundamente comprometidos com a história e com a dinâmica sócio-econômica-cultural, o Instituto guarda um dos mais ricos acervos mato-grossenses.
Na solenidade de posse, que se realizou no Fiemtec, em Cuiabá, na noite de segunda-feira, tive a oportunidade de fazer um resgate humano sobre Mato Grosso, que gostaria de repetir neste espaço. Não pela autoria, mas por sua importância histórica. Vou transcrevê-lo a partir do discurso, na expectativa de produzir alguma reflexão com essas informações:
“Os 589 mil habitantes de 1970 dobraram em 1980, para 1 milhão 130 mil. Hoje, 30 anos depois chegamos a 2 milhões e meio de habitantes.Mas já não somos mais só os mato-grossenses históricos. E nem somos mais os migrantes.
Já não temos identidades separadas. Todos somos parte de um mesmo projeto de fé no futuro. Quem estava incorporou-se. Quem chegou também incorporou-se. Claro que houve arranhões nessa síntese. Ninguém abre mão dos seus valores históricos sem questionar o quê e para quê. Mas isso já pertence ao passado”.
(...) ”Em 1492 quando se descobriu a América e em 1500 o Brasil, a Europa era a soma das heranças humanas e culturais do extremo oriente asiático, do norte da África, da Ásia Menor e das civilizações árabes, grega e dos habitantes naturais europeus. Depois de séculos, descendentes atravessaram a Europa e chegaram às Américas.
No fim do século 19 e começo do século 20 o Brasil trouxe imigrantes europeus especialmente para o Sul e para o Sudeste do país. Ao longo das décadas seguintes eles se fundiram entre si: alemães, italianos, japoneses, portugueses, espanhóis, russos, poloneses, ucranianos.
Por fim, menos de um século depois eles subiram para o Centro-Oeste na marcha para a Amazônia. Em Mato Grosso encontraram outras misturas anteriores de europeus, de negros e de etnias indígenas diversas.
A partir de 1970 começaram as misturas entre esses dois universos. Nós que estamos aqui, por nós ou por nossos filhos estamos construindo a última grande síntese racial humana na Terra.
Por ser assim, esta é uma terra que carrega valores ancestrais tanto espirituais, quanto culturais, raciais, genéticos e muito particularmente: traz imensas potencialidades espirituais e construtivas que o futuro da humanidade vai requisitar.”
Imagino que seja este o papel que qualquer um de nós tenha numa instituição como o Instituto Histórico e Geográfico neste Mato Grosso do presente e do futuro: o papel da antevisão.
Onofre Ribeiro é Jornalista em Cuiabá.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/379697/visualizar/
Comentários