PT e PFL se mobilizam para a batalha do mínimo

Brasília - Enquanto o presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), estiver jantando, hoje à noite, com ministros políticos e líderes do governo e de partidos da base aliada para articular a aprovação da medida provisória do salário mínimo de R$ 260,00, a cúpula do PFL se reunirá no restaurante Piantela para mobilizar a oposição. Segundo o vice-presidente nacional do PFL, senador José Jorge (PE), o PFL discutirá táticas para obstruir a votação na Câmara, programada para amanhã. "Nossa idéia é não deixar votar esta semana", antecipou Jorge.

Mas ele admite que pode acabar ajudando o governo com a tradicional festa junina que promove há exatos 19 anos, na sala de seu apartamento funcional, em Brasília. A festa foi criada nos tempos em que o PFL estava no governo e precisava mobilizar a bancada nordestina em Brasília para ajudar a garantir quórum para as votações de interesse do governo de então, no mês de junho. "Mas não contem com São João, porque não se conseguem votos no céu para baixar o valor do salário mínimo. Vão ter que buscar no inferno", brinca Jorge.

A festa de José Jorge, este ano, será nesta quarta-feira, e alguns velhos amigos que hoje estão no governo foram convidados. É o caso do ministro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Jaques Wagner (PT-BA), que sempre atuou ao lado de José Jorge na Bancada da Educação, na Câmara. "A diferença da minha festa para a festa do Lula é que ninguém precisa levar prato de doce, nem é obrigado a se fanstasiar de matuto para entrar", ironizou Jorge, comparando a festa dele com a que o presidente promoveu, dez dias atrás, na Granja do Torto.