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Implodir a Tríplice é burrice
Há um ditado segundo o qual não existe bobo em política. Os fatos mais recentes dos bastidores da sucessão em Cuiabá mostram que há, sim, e bastante. Aliás, a burrice parece que virou regra entre os nossos articuladores, de cabo a rabo.
O primeiro grande exemplo dessa inépcia pode ser constatado na crise que ronda todos os partidos à beira das suas respectivas convenções. Quem poderia imaginar que o partido do prefeito da Capital e do governador do Estado teriam que implorar humilhado por alianças, tendo duas importantes máquinas eleitorais à sua disposição? Pois é exatamente o que acontece com o PPS, por causa dos erros primários dos seus articuladores, que de tão flagrantes já são admitidos pelos próprios.
E é esse "erro capital", digamos assim, que acabou por afetar todos os demais segmentos. Do PT – partido que representa hoje o governo federal, a mais importante máquina política de que se tem notícia numa democracia -, esperava-se também mais envergadura e arte para costurar alianças. Mas não, o que se vê é uso explícito do toma-lá-dá-cá com os partidos da base aliada, com todo o desajeito possível.
A lista dos erros não pára por aí. Até o ex-todo-poderoso PSDB, que ainda ontem liderava as coligações mais amplas da história de Mato Grosso, hoje disputa a eleição na solidão, sem praticamente nenhum aliado até o momento. Talvez aqui não tenhamos um erro novo, mas uma conseqüência natural de erros do passado, quando os tucanos optaram por governar apenas pela "força da grana que move e destrói coisas belas". E olha que o Luiz Soares os avisou...
E finalmente chego à Tríplice Aliança, escopo deste artigo. A idéia original foi grandiosa, e até aqui tem tudo para representar uma grande novidade em termos da configuração das forças políticas locais. Isso, se a burrice não transformar uma grande idéia num grande mico, pela postura recalcitrante dos principais líderes dos partidos do grupo.
Hoje, pela aceitação da aliança pela sociedade, pela expectativa positiva criada por sua candidatura e pela esperança de uma prática político-eleitoral inovadora pela ética e pela transparência, é muito mais difícil destruí-la que mantê-la. E o que é pior, se optarem por destruí-la, seus líderes terão de dar muitas explicações, cujas respostas não seriam nada fáceis. Vão passar mesmo a impressão de que estavam nos enganando quando apresentaram toda aquela retórica de ética, transparência e seriedade na política.
E quem ganharia com a implosão da Tríplice? Não se vislumbra, no cenário das coisas confessáveis, nenhum ganho dos três partidos individualmente. Nada que se possa comparar as possibilidades eleitorais do grupo permanecendo na disputa, passando ou não para o segundo turno.
Num cenário otimista, Robério Garcia, candidato da Tríplice, vai para o segundo turno, sendo uma alternativa real de poder. Num cenário pessimista, Berinho não chegará lá como candidato, mas no mínimo seria um excelente cabo eleitoral, com um patrimônio eleitoral expressivo adquirido no primeiro turno, capaz de ser o pêndulo da disputa final. Digo isto para demonstrar que a burrice de implodir a Tríplice é tão grande que me recuso a acreditar que os três deputados federais que a conceberam agora vão enterrá-la.
P.S: Em respeito aos leitores, registro que sou assessor de imprensa de Robério Garcia. Esforcei-me para que isso não afetasse minhas opiniões. Se consegui ou não, a avaliação é sua.
Kleber Lima é Jornalista em Cuiabá.
O primeiro grande exemplo dessa inépcia pode ser constatado na crise que ronda todos os partidos à beira das suas respectivas convenções. Quem poderia imaginar que o partido do prefeito da Capital e do governador do Estado teriam que implorar humilhado por alianças, tendo duas importantes máquinas eleitorais à sua disposição? Pois é exatamente o que acontece com o PPS, por causa dos erros primários dos seus articuladores, que de tão flagrantes já são admitidos pelos próprios.
E é esse "erro capital", digamos assim, que acabou por afetar todos os demais segmentos. Do PT – partido que representa hoje o governo federal, a mais importante máquina política de que se tem notícia numa democracia -, esperava-se também mais envergadura e arte para costurar alianças. Mas não, o que se vê é uso explícito do toma-lá-dá-cá com os partidos da base aliada, com todo o desajeito possível.
A lista dos erros não pára por aí. Até o ex-todo-poderoso PSDB, que ainda ontem liderava as coligações mais amplas da história de Mato Grosso, hoje disputa a eleição na solidão, sem praticamente nenhum aliado até o momento. Talvez aqui não tenhamos um erro novo, mas uma conseqüência natural de erros do passado, quando os tucanos optaram por governar apenas pela "força da grana que move e destrói coisas belas". E olha que o Luiz Soares os avisou...
E finalmente chego à Tríplice Aliança, escopo deste artigo. A idéia original foi grandiosa, e até aqui tem tudo para representar uma grande novidade em termos da configuração das forças políticas locais. Isso, se a burrice não transformar uma grande idéia num grande mico, pela postura recalcitrante dos principais líderes dos partidos do grupo.
Hoje, pela aceitação da aliança pela sociedade, pela expectativa positiva criada por sua candidatura e pela esperança de uma prática político-eleitoral inovadora pela ética e pela transparência, é muito mais difícil destruí-la que mantê-la. E o que é pior, se optarem por destruí-la, seus líderes terão de dar muitas explicações, cujas respostas não seriam nada fáceis. Vão passar mesmo a impressão de que estavam nos enganando quando apresentaram toda aquela retórica de ética, transparência e seriedade na política.
E quem ganharia com a implosão da Tríplice? Não se vislumbra, no cenário das coisas confessáveis, nenhum ganho dos três partidos individualmente. Nada que se possa comparar as possibilidades eleitorais do grupo permanecendo na disputa, passando ou não para o segundo turno.
Num cenário otimista, Robério Garcia, candidato da Tríplice, vai para o segundo turno, sendo uma alternativa real de poder. Num cenário pessimista, Berinho não chegará lá como candidato, mas no mínimo seria um excelente cabo eleitoral, com um patrimônio eleitoral expressivo adquirido no primeiro turno, capaz de ser o pêndulo da disputa final. Digo isto para demonstrar que a burrice de implodir a Tríplice é tão grande que me recuso a acreditar que os três deputados federais que a conceberam agora vão enterrá-la.
P.S: Em respeito aos leitores, registro que sou assessor de imprensa de Robério Garcia. Esforcei-me para que isso não afetasse minhas opiniões. Se consegui ou não, a avaliação é sua.
Kleber Lima é Jornalista em Cuiabá.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/379974/visualizar/
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