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Politica Brasil
Segunda - 21 de Junho de 2004 às 09:42
Por: Adriana Vandoni Curvo

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“Não dava pra ter um chifre menor?”. Com essa pergunta o nosso presidente Lula recebeu de presente um carro de boi, puxado por oito animais e repleto de comidas típicas que lhe foi ofertado por moradores de um cidadezinha goiana no dia em que comemorou trinta anos de casamento e no dia do arraial do planalto.

Não presidente, não dá pro chifre ser menor. Ele é grande, é assustador, tem 8.547.403 km2, ocupa cerca de 50% do território da América do Sul, tem quase cinqüenta milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da miséria e uma economia que, embora insistam em dizer o contrário, é ainda absolutamente vulnerável e pra comandar tudo isso, tem o senhor à frente. Dá pro chifre ser menor, Presidente?

O arraial foi muito bom e sem conversa de política, segundo o animado Ministro da Cultura Gilberto Gil. Ele e o Ministro da pesca - sabiam que existe um ministro da pesca?- ficaram responsáveis pela animação. Um violão foi deixado à disposição deles, além de um sanfoneiro que tocou a noite toda. E o Zé Dirceu foi para a Argentina! Ao estilo Collor, Lula também usa de convidar duplas sertanejas para animar suas festas. A diferença é que o collorido preferia a dupla Chitãozinho e Xoxoró e Lula a dupla Zezé di Camargo e Luciano.

No arraial do Planalto teve tudo como manda o figurino. Decoração com bandeirolas, santos, fogueira, mastro, quadrilha e casamento. E o Zé Dirceu lá na Argentina! Teve até procissão a santo Antônio, são Pedro e são João. Quem levantou o mastro com as bandeiras foi o próprio presidente, revezando depois com os ministros. Bem que deveriam ter deixado tal feito a ACM que durante a semana ficou batendo boca no senado a respeito da sua capacidade viril.

Tudo estava impecável. Os quitutes foram levados pelos convidados que chegaram a caráter levando os pratos com as guloseimas juninas. Acho que o que não faltou nessa festa foi pé-de-moleque! Para beber, refrigerantes, quentão de vinho tinto e de cachaça, com cravo e gengibre, além de cerveja e uísque. Ai Jesus, será que ele provou?

A quadrilha foi formada e puxada por Lula. O padre, claro, foi Frei Betto e os noivos Lula e Marisa Letícia, que no lugar do buquê de flores tinha nas mãos um repolho. Podia ser uma couve-flor ou uma abóbora, mas foi um repolho. Original! Após a cerimônia a noiva, como reza a tradição, jogou o buquê pra traz, ôpa, o repolho, e quem pegou foi uma parenta de Dona Marisa Letícia que já é casada. Fico pensando em qual terá sido o tamanho desse repolho? E se foi um repolho grande! Deve ter sido uma cena surreal. Imaginem nossa primeira dama arremessando o repolho! E se tivesse caído na cabeça de alguém? Na do Zé Dirceu não cairia, ele estava lá na Argentina! Se caísse na do Palloci?

Na Roma antiga, César distribuía ao povo pão e espetáculo. O pão saciava a fome e os espetáculos saciavam a mente. Estaria Lula festejando São João ou criando um espetáculo? De acordo com uma pesquisa feita pelo O Globo, sobre o que a população achou da idéia de uma festa junina na Granja do Torto, 65% entende como puro marketing. Isso quer dizer que o circo junino não saciou a mente do povo. Mas ainda lhe resta o pão para saciar a fome. Tem o pão? Bem, o pão deve estar sendo distribuído pelo Fome Zero (alguém viu ele por ai?), sob comando do Frei Betto.

A festa foi linda, uma pena mesmo foi o Zé Dirceu estar na Argentina. Por falar em Argentina, por onde andará a Benedita?

Adriana Vandoni Curvo.




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