Governo do Estado define aplicação de recursos do Procafé

A bancada mato-grossense do Senado Federal votou fechada contra o Governo Lula na medida provisória que estabelecia o reajuste de R$ 20 para o salário mínimo. A surpresa ficou por conta da senadora petista Serys Slhessarenko que não seguiu a orientação partidária e votou favorável ao projeto de lei de conversão (PLV) oferecido à medida provisória 182/04. O PLV aprovado estabelece o valor do salário mínimo em R$ 275 em vez de R$ 260, como queria o governo.

A matéria aprovada, oferecida pelo relator-revisor, senador César Borges (PFL-BA), segue agora para a apreciação da Câmara Federal, que já havia aprovado a MP 182/04 que reajustava o salário mínimo em R$ 20. Esta foi a segunda derrota do governo no Senado. A primeira foi sobre a MP que proibia o funcionamento dos bingos.

O PLV do salário mínimo foi aprovado por 44 votos a favor contra 31 contrários e uma abstenção. Da bancada do PMDB, que compõem a base de sustentação, cinco senadores votaram contra o governo. Do PT foram três: Serys Slhessarenko, Paulo Paim (RS) e Flávio Arns (PR).

A senadora Serys Slhessarenko afirmou não temer uma punição do partido, a exemplo do que ocorreu com os “rebeldes” expulsos do partido porque votaram contra a reforma da Previdência. “Não acredito em punição, o partido é democrático”, considerou a senadora.

Na justificativa do seu voto contra o governo, a senadora afirmou que o salário mínimo é o mais eficaz instrumento de distribuição de renda possível e que tem a convicção de que a Previdência Social e as prefeituras não quebrariam, caso ele passe a vigorar. “Ao contrário, qualquer analista econômico sabe que o impacto de um pouco mais de dinheiro nas mãos da população tem um efeito positivo no consumo e na arrecadação”, explicou a senadora.

Serys, como mostrou a Agência Senado, apelou para a consciência dos senadores. “Não pode haver aqui governo e oposição, temos que ouvir as nossas consciências e é preciso iniciar rapidamente a correção de distorções históricas”, enfatizou. Ela lembrou que depois de vencer a inflação, este é o momento para ter responsabilidade social.

Os senadores Antero Paes de Barros (PSDB) e Jonas Pinheiro (PFL), como já era previsto e anunciado, votaram a favor do mínimo de R$ 275. Se aprovado pela Câmara, a matéria segue para sanção do presidente Lula da Silva.