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Meio Ambiente
Quarta - 16 de Junho de 2004 às 08:05
Por: Mariana Timóteo da Costa

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Ambientalistas, no entanto, afirmam que a construção de mais 300 ou 400 usinas nucleares no mundo, o necessário para este índice ser atingido, é perigosa e pode provocar desastres sem precedentes caso o lixo proveniente dessas usinas seja contaminado por material tóxico ou caso elas sejam alvos de atentados.

O debate entre a comunidade científica sobre as mudanças climáticas esquentou após as declarações do renomado cientista britânico James Lovelock de que apenas a energia nuclear seria capaz de salvar o mundo do aquecimento global.

O assunto deve ser um dos pontos centrais do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado pela ONU neste sábado.

Cuidado

"É preciso ter muito cuidado ao se falar em expansão nuclear. É certo que a energia é limpa, mas o lixo fica ativo por mais de 200 mil anos", diz Emily Armistead, especialista em mudanças climáticas do Greenpeace.

"Sem falar que as usinas, especialmente às de países com segurança instável, podem ser explodidas em ataques afetando a saúde de milhões de pessoas", acrescenta.

A Agência de Energia Nuclear discorda do Greenpeace e afirma que já há tecnologia suficiente para isolar o lixo nuclear da bioesfera.

"Em cada conta de energia paga pelo consumidor, é preciso ter uma taxa extra só para os cuidados com o lixo", diz Evelyne Bertel, diretora da divisão de desenvolvimento da agência.

Para Bertel, a questão da segurança das usinas deve caber aos ministérios da Defesa de cada país, que devem trabalhar para preservá-las de criminosos.

"E a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) deve continuar trabalhando para fiscalizá-las garantindo que nenhum material ilícito (como bombas atômicas) seja produzido lá", afirma a diretora da agência.

"A energia nuclear pode ajudar muitos países a produzir menos gases de efeito estufa", argumenta.

Fontes renováveis

A Royal Society, a maior organização de cientistas da Grã-Bretanha, da qual James Lovelock também faz parte, é bem mais cautelosa do que o cientista ao falar sobre o potencial nuclear para combater as mudanças climáticas.

"Não compartilhamos o parecer dele. Mas em uma coisa ele estava certo: as mudanças climáticas estão sendo aceleradas e os seres humanos são os maiores responsáveis por isso", diz Bob Ward, porta-voz da organização.

A Royal Society propõe a criação de debates públicos que ajudariam os governos a avaliar qual a melhor fonte alternativa de energia à queima de combustíveis fósseis (que produz CO2).

"Há uma série de opções, energia solar, eólica, uso de gás natural a princípio, quando ainda não se tem dinheiro para investir nas fontes mais caras", completa o brasileiro Pedro Moura Costa, diretor da consultoria ambiental internacional EcoSecurities.




Fonte: BBC Brasil

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