Secitec apresenta ações em saúde

A agenda estadual de prioridades de pesquisa em saúde será o tema da palestra a ser proferida nesta terça-feira (08.06) pela secretária de Estado de Ciência e Tecnologia, Flávia Nogueira, durante a realização da 1ª Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde. O evento, que acontece na Escola de Saúde Pública, é promovido pelas secretarias de Saúde e de Ciência e Tecnologia (Secitec) e tem o objetivo de definir as linhas gerais do investimento em ciência e tecnologia no setor da saúde.

Na palestra a secretária apresentará o Plano Estadual de Ciência e Tecnologia, destacando as ações já implementadas e a serem desenvolvidas na área de saúde. De acordo com Flávia, a conferência terá duas conseqüências importantes. “Ela vai provocar a integração entre as secretarias e ajudar a definir melhor a visão que nós da Secitec temos dos investimentos em saúde”, resumiu.

PANORAMA - Mato Grosso oferece atualmente 2.235 vagas por ano em nove tipos diferentes de cursos na área de saúde, em nove municípios. Dos cursos, quatro ainda estão em fase de reconhecimento pelo Ministério da Educação (MEC). Dois cursos tecnológicos (com nível superior) são oferecidos pela Universidade de Cuiabá (Unic): Tecnologia em estética e cosmetologia e Tecnologia em radiologia, também em fase de reconhecimento.

Na pós-graduação, a UFMT oferece atualmente os cursos de especialização em Nutrição humana, Saúde da Família, Saúde Pública, Saúde do Trabalhador e Estatística para Saúde Pública. A instituição também oferece cursos de Mestrado em Saúde Coletiva nas áreas de Saúde e Sociedade, Epidemiologia e o Mestrado em Ciências da Saúde, nas áreas de Cirurgia, Nutrição e Metabolismo, Doenças Infecciosas e Tropicais e Farmacologia.

Já o campus de Sinop da Unemat oferece especialização em Assistência Farmacêutica; a Unic especialização em Saúde e Educação, Enfermagem (UTI) e Acupuntura e a Unirondon em Gerontologia. A UFMT possui em seu quadro 55 doutores na área de saúde; a Unic possui 24 e a Univag possui 11, sendo que as universidades restantes somam apenas dois doutores.

INVESTIMENTO – Dos 345 projetos financiados pela Fapemat entre 1998 e 2002, apenas 39 eram da área de saúde, que obteve 14% do valor financiado. Flávia enfatiza que um dos principais entraves para o desenvolvimento da pesquisa em saúde no Estado é a desarticulação entre o setor público e o privado no que diz respeito ao financiamento de pesquisas. “As universidades particulares, deveriam poder receber dinheiro público desde que se comprometessem a colocar o conhecimento produzido à disposição de todos”.

Flávia destacou também que a saúde está entre as áreas estratégicas para investimento em Ciência e Tecnologia. Entre as ações que estão sendo realizadas pela Secitec na área da pesquisa em saúde ela citou o lançamento do edital induzido para projetos de pesquisa, feito no mês passado pela Fapemat, onde a saúde é um dos temas de pesquisa. Outro programa que receberá investimento da Fundação de Amparo à Pesquisa é o de Gestão Compartilhada em Saúde, do Ministério da Saúde, cujo objetivo é incentivar a pesquisa sobre temas referentes à saúde pública no Estado. Os temas serão definidos pelas conferências estaduais.

Os dados a serem apresentados pela secretária também dão conta de que apenas 10% dos quase 500 doutores do Estado atuam na área da saúde, que conta com 14 grupos de pesquisa, entre públicos e privados. “Isso é muito pouco, se comparado a outros estados, que possuem 200, 300 grupos”, disse. Flávia explica que, embora a saúde possa ser trabalhada em vários dos programas da Secitec, a principal ação será o fomento à pesquisa. Segundo a secretária, a prioridade para o Governo é investir nas linhas e grupos de pesquisa que já estão atuando. “A Unemat está investindo na formação de doutores e quando eles retornarem para o Estado nós teremos que ajudá-los a definir e consolidar linhas de pesquisa”.

CAPACITÇÃO - Por meio do Centro Estadual de Educação Profissional e Tecnológica, o Estado oferecerá também cursos básicos e de qualificação profissional na área de saúde. Entre os básicos – com duração de 18 meses – estão os de Higiene Bucal, Enfermagem e Patologia Clínica, que serão oferecidos nas unidades de Alta Floresta, Barra do Garças, Rondonópolis e Sinop, num total de 830 vagas Já os cursos de qualificação profissional formarão recepcionistas para atendimento em clínicas, hospitais e consultórios, auxiliares de enfermagem e de odontólogo, além de parasitólogos.

Além da secretária, a adjunta da pasta, Jackeyline Mapurunga, e o superintendente de Desenvolvimento Científico, Tecnológico e Inovação, Adnauer Daltro, também participarão do evento. Durante esta terça-feira (08.06), eles presidirão os painéis “Controle social e gestão participativa na implantação de novas tecnologias na saúde” e “Financiamento das novas Tecnologias na implantação do SUS”.