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Politica Brasil
Segunda - 07 de Junho de 2004 às 16:39
Por: Ricardo Mignone/Silvio Navarro

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Em nova ofensiva por cargos num eventual segundo governo Marta Suplicy (PT) em São Paulo, o PL ameaçou hoje lançar um pré-candidato à Prefeitura paulistana. O escolhido seria o deputado federal Luiz Antonio de Medeiros (SP).

Presidente da CPI da Pirataria, instalada no Congresso, Medeiros ganhou holofotes ao armar a prisão do empresário Law Kim Chong, 43. Suspeito de liderar a maior rede de contrabando do país, Chong foi preso na última terça-feira após tentar subornar Medeiros. Responderá por sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

"Poderíamos pensar no nome do Medeiros, mas ainda não conversei com ele sobre isso. O trabalho que ele tem feito na CPI da Pirataria tem dado uma grande contribuição para o país. Eu acho que ele seria hoje um forte candidato a prefeito de São Paulo. Nós vamos resolver isso em São Paulo, com ele, e com nossos vereadores", afirmou o presidente do PL, deputado Valdemar Costa Neto (SP), durante Encontro Nacional do partido.

"Nós temos que discutir para ver o que é melhor para nós. Nós vamos definir isso entre os dias 20 e 25 [ de junho]", completou. O prazo para início das convenções partidárias é 10 de junho. As campanhas estão autorizadas a partir de 6 de julho.

Divergências

A declaração de Costa Neto reflete o embate entre a bancada federal da sigla, que tem usado os cenários municipais para pressionar o governo Lula, e o diretório municipal, que apoiaria a reeleição de Marta em troca de secretarias.

"Nosso pessoal de Brasília pode entender que com a Marta não é o melhor caminho. Nosso pessoal de São Paulo entende que é. Eu reconheço isso, mas pode não ser o melhor caminho para nós. Eu preciso ter o apoio de toda a bancada nacional para apoiar a Marta. O governo precisa se empenhar em fortalecer a Marta. Porque ela não tem o apoio do PMDB? Porque as coisas não estão indo bem", disse Costa Neto.

Na semana passada, o PT municipal intensificou as negociações com PMDB e PL em troca de apoio à chapa Marta-Rui Falcão. Na quarta-feira passada, ao deixar a Secretaria municipal de Governo para se dedicar a campanha de reeleição da prefeita, Falcão afirmou que "quem partilha programa, partilha governo" e que o PT oferecerá "crescimento político com chapa proporcional".

Questionado sobre as negociações com o PMDB e o PL, ele admitiu analisar as "reivindicações" dos aliados. "Não se trata de cobrança [dos aliados], mas de reivindicações, que são legítimas, democráticas, de partidos que se coligam e governam juntos."

Quarta via

O presidente do PL confirmou o fracasso do projeto de formar uma quarta via para contrapor-se às candidaturas de Marta, José Serra (PSDB) e Paulo Maluf (PP) na capital, conforme a Folha Online antecipou. O bloco seria formado por PL, PDT, PPS, PMDB e PSB.

Segundo ele, não houve acordo entre os pré-candidatos Luiza Erundina (PSB), Michel Temer (PMDB), Paulinho (PDT) e Arnaldo Jardim (PPS).

"O ideal para nós seria fazer uma chapa com Michel para prefeito, a Erundina para vice e o Paulinho para vereador. Como nós estamos vendo que não vai caminhar para isso, temos que encaminhar uma candidatura própria para que a gente não perca o nosso tempo de televisão", disse.

A proposta de Costa Neto foi recusada por Paulinho e Erundina. A ex-prefeita não aceita concorrer como vice e argumenta ter o melhor desempenho nas pesquisas --11%, segundo Datafolha--, e o líder da Força Sindical não queria ficar fora da chapa. Isolado, Paulinho oficializou sua pré-candidatura pelo PDT na última sexta-feira e tenta negociar com o PSDB.




Fonte: Folha Online/São Paulo

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