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Politica Brasil
Quarta - 02 de Junho de 2004 às 09:23
Por: Rubens de Souza/Valdemir Rober

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O governador Blairo Maggi já está voando de volta para Mato Grosso. Ao desembarcar no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, terão sido 14 dias de ausência. Tempo suficiente para acumular problemas em todos os sentidos. Em verdade, o governador vai ter que enfrentar uma grande “tempestade” política e administrativa. A começar pelo início da greve dos delegados de Polícia Judiciária Civil, suspensa a pedido dos deputados até o retorno do governador. A categoria quer aumento de salários e vão cruzar os braços e paralisar todo o sistema de segurança pública.

O tempo de descanso que terá no vôo de volta da terra do “Sol Nascente” será para recarregar as baterias, além de repensar a própria missão China-Japão, cujos resultados até aqui são ainda relativamente desconhecidos, mas pouco satisfatórios. Ao pisar em solo mato-grossense, além da greve dos delegados de Polícia, o governador terá que trabalhar a recomposição de várias secretarias. Por exemplo, a vaga de secretário-adjunto de Cultura, ocupada desde o início do Governo pelo cantor Roberto Luciado. Ele deixou o cargo alegando insatisfação e falta de espaço.

Ainda estritamente da área administrativa, Maggi terá que escolher ainda o novo diretor-presidente do Centro de Reabilitação Dom Aquino Corrêa. O cargo vinha sendo ocupado pelo oftalmologista Wilson Duarte. Para o seu lugar, o governador enviou o secretário-adjunto de Saúde, Jackson Fernando de Oliveira, um dos homens de maior confiança do governador. A substituição será pura e simples.

A complicação começa, no entanto, a partir daqui. Maggi terá que mostrar pulso no que diz respeito a Secretaria de Turismo. O cargo era ocupado por Ricardo Henry, irmão do deputado federal Pedro Henry. Ricardo saiu para se candidatar a prefeito – e contou com a facilidade de um acordo com o PSB, que retirou o pré-candidato Da Silva da disputa em troca de 121 dias como deputado estadual. Henry saiu dizendo que poderia voltar. A questão é intrincada. Maggi quer que o PP, que faz parte da “Tetra Aliança”, apóie o PPS. Henry, o deputado federal, no entanto, já deixou claro que apoiaria o PPS, mas veta o candidato do partido, o deputado estadual Sérgio Ricardo. Caso o PP não apóie o PPS, a secretária-estepe Yeda Marli de Oliveira voltará para Cáceres.

A pior de todas as negociações, porém, envolve a sucessão em Várzea Grande. O governador Blairo Maggi continua “devendo uma” para o seu correligionário de primeira hora, Jaime Campos, prefeito da cidade. A missão: retirar a candidatura de Murilo Domingos, que já empana a possibilidade de o PFL fazer o sucessor. Murilo seria a grande pedra no sapato da grande aliança política liderada por Maggi. O que se diz é mais ou menos o seguinte: Maggi daria a Fundação de Meio Ambiente para Murilo Domingos.

No esforço, o prefeito Jaime Campos se licenciaria do cargo – ainda abalado com a morte do filho Jaiminho, vítima de acidente de trânsito. Nesse caso, o irmão de Murilo Domingos, Toninho Domingos, o vice, assumiria até praticamente o final do mandato. Campos Neto, deputado estadual, ficaria assim com o terreno livre para ser o prefeito da cidade a partir do ano que vem – sonho maior do pai, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Ari Leite de Campos.

A composição de Várzea Grande, por outro lado, ajudaria em muito a resolver o impasse de Cuiabá. O PPS quer por tudo o apoio do PFL – que lhe garantiria, especialmente, tempo na propaganda de rádio e televisão. Jaime Campos daria o “seu jeitinho” de contornar a pré-candidatura do cunhado-empresário Jorge Pires de Miranda. Jaime já deixou claro que não vai permitir que o PFL cometa um “suicídio eleitoral”, num claro esvaziamento de Pires de Miranda. A carta na manga do paletó seria mesmo o ex-deputado e atual presidente da Fema, Moacir Pires, irmão de Jorginho, que seria o nome para compor a chapa com Sérgio Ricardo.

Para tudo, no entanto, o prazo está no limite. Maggi terá que dar solução imediata para a questão envolvendo a Polícia Civil, cujos delegados entrarão em greve assim que ele pisar em solo mato-grossense. Maggi terá também que dar solução aos atropelos políticos eleitorais. Até porque o limite é o prazo das convenções. A grande maioria no final do mês. Até lá, tudo terá que ser devidamente resolvido.




Fonte: 24 Horas News

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