Baiano deve se afastar do governo

O secretário de Estado de Esportes e Lazer, Baiano Filho (PPS), admitiu ontem a possibilidade de se afastar do primeiro escalão do governo Blairo Maggi para se dedicar às eleições em Sinop (a 500 km ao norte de Cuiabá). Ele preferiu, porém, desconversar sobre a hipótese de vir a substituir o candidato de oposição, empresário Paulo Fiúza, que, mesmo "empurrado" pelo governador, não estaria "decolando".

Segundo o secretário, o afastamento, se ocorrer, será para ajudar na coordenação da campanha. Cauteloso, Baiano diz não se considerar hoje na condição de candidato reserva. Para ele, o nome de Fiúza será consolidado como forte concorrente da oposição ao prefeito Nilson Leitão (PSDB), que concorrerá à reeleição. "O candidato é o Fiúza e não tem como a gente avaliar se vai decolar porque a campanha nem começou. Tivemos problemas internos por causa de outras pretensões, mas isso não atrapalha. Por eu ser partidário e de posição firme é que o candidato é o Fiúza".

Vereador licenciado de terceiro mandato, Baiano Filho tem até quarta-feira, 02 de junho (4 meses antes do pleito), para oficializar sua saída do governo, caso venha a ser candidato a prefeito. Ele assegura, porém, que esse assunto não está sendo discutido e prevê afastamento para após o período das convenções (10 a 30 de junho), com a missão de ajudar na campanha. "Vamos aguardar. Talvez eu me afaste quando tiver mais próximo das eleições. Essa é uma alternativa".

Um dos nomes já cogitados para eventual substituição de Baiano na pasta é do seu próprio chefe de gabinete, o radialista Laércio de Arruda.

A orientação do governador Maggi, que retorna na quarta-feira da viagem à Ásia, é que todos os ocupantes de cargos no Executivo com pretensões de disputar mandato eletivo ou de coordenar alguma campanha eleitoral se desvincule do cargo, para evitar uso da máquina pública. Seis já deixaram o staff neste período de 16 meses da gestão socialista. Destes, apenas dois se desincompatibilizaram para disputar à sucessão municipal: dois (Ricardo Henry-PP e Benedito Campos-PFL) se afastaram para concorrer às prefeituras de Cáceres e Jangada, respectivamente.

Sem críticas - Com argumentos evasivos, Baiano evitou críticas à administração de Nilson Leitão, de quem foi aliado nas eleições de 2000. "Respeito o direito do Nilson de ser candidato e eu, na condição de presidente do PPS (de Sinop), não seria ético se avaliasse hoje o seu governo", diz Baiano, ex-militante do PFL e do PTB.

A tendência em Sinop é a disputa se polarizar entre dois grupos. O tucano Leitão deve ir à reeleição numa aliança costurada com PFL, PTB, PL e PV. Seu vice pode ser o empresário Aparecido Granja (PL). Já o socialista Fiúza, se for mantido no páreo, terá apoio do PMDB e PSB, com chances reais do ex-vereador Dalton Martini (PMDB) ser o vice da chapa. O PT corre por fora com Rui Farias.