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Politica Brasil
Sábado - 29 de Maio de 2004 às 08:18
Por: Adriana Vandoni Curvo

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Quem pode afirmar que cada povo tem o líder que merece? Quem pode provar que todo presidente representa seu povo? Por isto escrevo este artigo sem qualquer veio antiamericanista ou anti-semita, mas o mundo hoje se estupefata diante da carnificina que estes dois terroristas travestidos de governantes, Bush e Sharon, realizam contra indivíduos diferentes dos seus, contra povos diferentes dos seus. Não concebo os fatores para tanta carnificina, senão o de racismo com o outro povo. Sobre Bush sabemos muito, mas, o que sabemos da história de Sharon? Pesquisei porque já tinha ouvido relatos sutis em conversas com amigos. Talvez somente a comunidade árabe saiba as histórias que "o tempo" apagou. Vale relembrar aos esquecidos e descrever aos que nunca souberam.

Em 1982, Beirute, capital do Líbano, estava ocupada por forças militares de Israel. Radicalismos entre religiões formaram um barril de pólvora propício para que mentes doentes agissem. Sob o comando de Ariel Sharon as forças militares de Israel cercaram o acampamento palestino de Sabra e Chatila e permitiram que milícias radicais cristãs, de extrema-direita, entrassem e, vingando a morte de seu líder, satisfizessem seu ódio realizando torturas e uma carnificina sobre 2.000 pessoas, incluídos aí mulheres, crianças e idosos, em sua maioria. Ministro da Defesa na época, general Ariel Sharon estava no comando da operação chamada "Paz na Galiléia". Quem diria, quanta hipocrisia!

Anos depois um grupo de sobreviventes do genocídio resolveu acusar Sharon na Justiça Belga por crimes cometidos contra a humanidade. O chefe da milícia que cometeu as atrocidades, já havia tempos se afastado da política, indicou que teria provas contra Sharon. Foi assassinado 1 mês antes, mas a imprensa mundial deu destaque menor ao fato.

Três dias e noites de carnificina. Viva o modo de vida ocidental! Viva os nossos valores! Hoje este indivíduo é chefe de uma nação que se diz democrata! Por quê? Não podemos culpar o povo de Israel, assustado pela onda de atentados que praticamente induziu o florescimento de mentes insanas. Pior, a permissividade da história uniu ele a Bush, outra mente doentia, para vermos o mundo retroceder em um século.

Na televisão um palestino simples e com todo seu sofrimento declarou que "não importa mais quem atirou a primeira pedra, agora é preciso que um não espere pelo outro pra parar de atirar pedras, que rebatem e acabam machucando só quem as jogou". Que Deus os ajude.

*Adriana Vandoni Curvo é professora de economia, consultora, especialista em Administração Pública pela FGV/RJ. E-mail: avandoni@uol.com.br




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