PT rebelde ameaça votar contra mínimo de R$260

Um grupo de 22 parlamentares do PT reuniu-se hoje com o presidente da legenda, José Genoino, para exigir um esforço extra do governo para elevar o salário mínimo para além dos R$260 definidos pelo presidente Lula no final de abril.

O grupo pediu a Genoino que agende uma reunião entre os líderes deste grupo e o ministro da Fazenda, Antonio Palocci e o próprio presidente Lula. Os parlamentares, 21 deputados e uma senadora, disseram a Genoino que não pretendem votar contra o governo, mas podem usar este recurso se não houver negociação entre as partes.

O PT tem 90 deputados na Câmara e a unidade do partido será fundamental para aprovar o valor proposto pelo presidente da República. O deputado Ivan Valente (SP) chegou a declarar que o Governo pode ter "uma surpresa desagradável" caso mantenha uma postura "inflexível".

Os deputados rebeldes não apresentaram a Genoino, no entanto, uma proposta de reajuste. Líderes do PT acreditam que o Governo poderia elevar o valor para até R$280. A oposição formada pelo PFL já propuseram publicamente que o novo valor fique em R$275.

O presidente da legenda argumentou que o valor de R$260 é o maior possível para não comprometer o orçamento da Previdência, que apresenta déficit acentuado. O presidente Lula, que deixou a China e segue para o México, pediu aos líderes do governo na Câmara que não submeta o Mínimo à votação se não houver um acordo político que garante a vitória do Executivo.

Após a reunião, Genoino disse a jornalistas que a divergência é natural em um partido democrático, mas que o PT exigirá unidade na hora da votação em plenário. Genoino evitou responder às perguntas sobre eventuais retaliações da direção do PT contra os parlamentares petistas que eventualmente votarem contra o mínimo.