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Politica Brasil
Quarta - 26 de Maio de 2004 às 08:38

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O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, disse hoje que o Brasil ainda não tem condições de fechar um acordo nuclear para a exportação de urânio com a China. Segundo o ministro, durante reunião realizada ontem com o ministério equivalente da China para discutir o programa espacial existente entre os dois países, os chineses voltaram a manifestar interesse em comprar urânio enriquecido, mas o governo esclareceu que o Brasil importa este tipo de urânio e não tem, atualmente, condições de enriquecê-lo.

Os chineses também demonstraram interesse por urânio bruto, mas o Brasil está impedido por lei de vendê-lo pois é considerado produto de defesa nacional.

Reativar programa custaria US$ 2,5 bi Campos explicou aos chineses que o Brasil está revisando seu programa nuclear e que, segundo estudos realizados, só terá condições de enriquecer urânio em 2008 e que o material servirá apenas para o abastecimento das usinas de Angra 1 e Angra

Ontem, o diretor da Associação Brasileira de Energia Nuclear, Edson Kuramoto, afirmou que o Brasil precisaria de investimentos de cerca de US$ 2,5 bilhões para retomar seu programa nuclear.

"Seriam cerca de US$ 1,8 bilhão para a finalização da usina de Angra 3 e outros US$ 750 milhões para concluir as fases 2 e 3 de enriquecimento de urânio. Isso seria o suficiente para fornecer urânio enriquecido para Angra 1, 2 e 3", disse Kuramoto citando estudos independentes.

Cooperação nuclear Segundo comunicado divulgado antes, a China também demonstrou interesse em explorar com o Brasil possibilidades de ampliar a cooperação na área de aplicações pacíficas da energia nuclear tais como uso médico, agrícola e na segurança de instalações nucleares.

O Ministério informou ainda que uma posição governamental sobre a possibilidade real de um acordo nesta área de cooperação pacífica só será dada pelo Brasil ao governo chinês em agosto, quando novas reuniões entre os ministérios dos dois países devem acontecer no Brasil. Até lá, se o governo quiser rever a posição sobre o urânio bruto, terá que ter aprovado um projeto de lei no Congresso Nacional.

Sobre a informação de que o Brasil participaria da construção de 11 usinas nucleares na China, o Ministério esclareceu que trata-se de uma licitação que a empresa brasileira Nuclep está participando. A estatal brasileira foi a responsável pela construção das usinas de Angra 1 e Angra 2 e estuda expandir seus negócios na China atuando em parceria na construção dessas usinas.

Segundo o ministério, esse assunto não foi tratado durante a reunião de terça-feira, mas representantes da Nuclep estão em Xangai para negociar com os chineses.




Fonte: Reuters

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