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Estudo mostra influência humana no DNA de cães
Pesquisadores disseram hoje que as diferenças genéticas que separam um dachshund de um doberman são tão evidentes a ponto de permitirem que um computador distinga as raças apenas examinando o DNA dos cães.
Uma equipe que mapeia o código genético de cães, em busca de explicações para doenças humanas, se surpreendeu ao descobrir que as diferenças entre as raças caninas podem chegar a 30 por cento do total do DNA, por causa de alguns séculos de intensos cruzamentos dirigidos. É uma diferença muito maior do que a que separa as raças humanas.
Os cientistas conseguiram agrupar 85 raças de cães em quatro categorias genéticas principais. Linhagens antigas, como as dos huskies e pequineses; os cães de caça, como os labradores; os parentes dos mastins, o que inclui os rottweilers; e os pastores.
"A maioria das raças foi criada artificialmente pelo homem", disse a aluna de graduação Heidi Parker, do Centro de Pesquisas do Câncer Fred Hutchinson, em Washington, que trabalhou na pesquisa divulgada na edição de sexta-feira da revista Science.
"Embora sejam todos membros da mesma espécie, os cruzamentos seletivos resultaram em uma incrível variação entre a raças no que diz respeito a peso, tamanho, formato da cabeça, pelagem, formato da orelha, comportamento e doenças."
Leonid Kruglyak, pesquisador do Instituto Médico Howard Hughes, disse que tal quantidade de sutis diferenças genéticas dentro da espécie dos cães não existe em nenhum outro animal.
Nos últimos 300 anos, as pessoas cruzaram cães de forma intensa e sistemática para melhor aproveitar os traços que lhes interessavam -- animais pequenos e afáveis, como o poodle, cães de guarda ou cachorros de corrida.
Pelos padrões da evolução, esse é um período pequeno, o que leva os cientistas a suporem que cada traço distintivo de cada raça surgiu de um pequeno número de genes.
"Agora vamos tentar isolar regiões similares do DNA para identificar genes individuais que contribuem com os traços particulares", disse a pesquisadora Elaine Ostrander. "Há centenas de doenças [caninas] por aí, e muitas delas têm equivalentes em humanos."
Fazer essa pesquisa dentro de raças similares de cães seria mais fácil do que tentar encontrar os genes responsáveis, por exemplo, pelo câncer ou por doenças cardíacas em meio a uma cacofonia de genes que provocam características como cor do pêlo ou tamanho da perna.
"Embora deva haver tantos genes responsáveis por determinada doença em cães quanto em humanos, poder pesquisá-los em uma única raça nos permite encontrar muito mais facilmente um ou dois genes responsáveis por tal doença naquela população," afirmou Ostrander.
A equipe dela recolheu amostras de cinco cães, sem parentesco entre si, de cada uma das 85 raças criadas pelo American Kennel Club.
"Os cães de uma raça em particular são muito mais parecidos com outro do que com cães de raças diferentes. Estas diferenças são tão grandes que podíamos simplesmente jogar o padrão genético do cão em um banco de dados, e o computador conseguia encaixá-lo em uma raça", afirmou Kruglyak em uma nota.
Isso foi uma surpresa. "É uma diferença muito mais notável do que vista em populações humanas que evoluíram em diferentes continentes", disse ele.
Mas nas chamadas raças antigas, como o cão faraó e o cão de Ibiza, assim como o Elkhound norueguês, que têm supostamente 5 mil anos de existência, isso não acontece. "Nossos resultados indicam que estas raças foram recriadas em tempos mais recentes a partir de combinações de outras raças", escreveram.
Uma equipe que mapeia o código genético de cães, em busca de explicações para doenças humanas, se surpreendeu ao descobrir que as diferenças entre as raças caninas podem chegar a 30 por cento do total do DNA, por causa de alguns séculos de intensos cruzamentos dirigidos. É uma diferença muito maior do que a que separa as raças humanas.
Os cientistas conseguiram agrupar 85 raças de cães em quatro categorias genéticas principais. Linhagens antigas, como as dos huskies e pequineses; os cães de caça, como os labradores; os parentes dos mastins, o que inclui os rottweilers; e os pastores.
"A maioria das raças foi criada artificialmente pelo homem", disse a aluna de graduação Heidi Parker, do Centro de Pesquisas do Câncer Fred Hutchinson, em Washington, que trabalhou na pesquisa divulgada na edição de sexta-feira da revista Science.
"Embora sejam todos membros da mesma espécie, os cruzamentos seletivos resultaram em uma incrível variação entre a raças no que diz respeito a peso, tamanho, formato da cabeça, pelagem, formato da orelha, comportamento e doenças."
Leonid Kruglyak, pesquisador do Instituto Médico Howard Hughes, disse que tal quantidade de sutis diferenças genéticas dentro da espécie dos cães não existe em nenhum outro animal.
Nos últimos 300 anos, as pessoas cruzaram cães de forma intensa e sistemática para melhor aproveitar os traços que lhes interessavam -- animais pequenos e afáveis, como o poodle, cães de guarda ou cachorros de corrida.
Pelos padrões da evolução, esse é um período pequeno, o que leva os cientistas a suporem que cada traço distintivo de cada raça surgiu de um pequeno número de genes.
"Agora vamos tentar isolar regiões similares do DNA para identificar genes individuais que contribuem com os traços particulares", disse a pesquisadora Elaine Ostrander. "Há centenas de doenças [caninas] por aí, e muitas delas têm equivalentes em humanos."
Fazer essa pesquisa dentro de raças similares de cães seria mais fácil do que tentar encontrar os genes responsáveis, por exemplo, pelo câncer ou por doenças cardíacas em meio a uma cacofonia de genes que provocam características como cor do pêlo ou tamanho da perna.
"Embora deva haver tantos genes responsáveis por determinada doença em cães quanto em humanos, poder pesquisá-los em uma única raça nos permite encontrar muito mais facilmente um ou dois genes responsáveis por tal doença naquela população," afirmou Ostrander.
A equipe dela recolheu amostras de cinco cães, sem parentesco entre si, de cada uma das 85 raças criadas pelo American Kennel Club.
"Os cães de uma raça em particular são muito mais parecidos com outro do que com cães de raças diferentes. Estas diferenças são tão grandes que podíamos simplesmente jogar o padrão genético do cão em um banco de dados, e o computador conseguia encaixá-lo em uma raça", afirmou Kruglyak em uma nota.
Isso foi uma surpresa. "É uma diferença muito mais notável do que vista em populações humanas que evoluíram em diferentes continentes", disse ele.
Mas nas chamadas raças antigas, como o cão faraó e o cão de Ibiza, assim como o Elkhound norueguês, que têm supostamente 5 mil anos de existência, isso não acontece. "Nossos resultados indicam que estas raças foram recriadas em tempos mais recentes a partir de combinações de outras raças", escreveram.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/383211/visualizar/
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