Cientistas buscam definir os riscos da mudança climática

Especialistas de mais de dez países inauguraram hoje, terça-feira, na Argentina um debate sobre os riscos causados pela mudança climática para avançar na definição de políticas e o estabelecimento de compromissos em nível global.

As conclusões deste encontro, que se desenvolverá até a próxima quinta-feira, serão analisadas na Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática, que será realizada em dezembro em Buenos Aires.

"O que buscamos é iniciar uma ação orientada a definir os limites críticos dos processos climáticos", explicou à EFE o argentino Osvaldo Canziani, coordenador da reunião, da qual participam 48 especialistas de todo o mundo.

O meteorologista garantiu que deste modo se poderá "prover os tomadores de decisões, sejam organismos oficiais ou agências privadas, de mais informação" sobre questões como o aquecimento global.

"Definir o que é perigoso frente à mudança climática não é um elemento meramente geofísico ou das ciências do clima porque uma comunidade preparada, como ocorre com os países desenvolvidos, tem uma reação distinta a uma não preparada", informou.

O debate se enquadra em um artigo da Convenção da ONU sobre Mudança Climática que, segundo Canziani, "pretende estabelecer os níveis de concentração de gases de efeito estufa capazes de levar a situações críticas".

"Os cientistas não podemos definir isto sozinhos, levando em conta que depende do estado da comunidade, de sua riqueza, de sua tecnologia e inclusive de sua cultura", acrescentou.

Nos distintos painéis de debate serão abordadas as conseqüências da mudança climática sobre questões como a biodiversidade, a saúde, a economia, a produção agropecuária e a segurança alimentar.