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Politica Brasil
Terça - 18 de Maio de 2004 às 13:07
Por: Elder Ogliari

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A exploração sexual de menores de idade em Mato Grosso não é diferente do resto do País. Segundo a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional, o Estado possui 15 rotas que servem para a exploração e o abuso de crianças e adolescentes.

No inicio deste mês, membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional, estiveram realizando audiência pública na Assembléia Legislativa, para expor a situação e os números levantados pela CPMI dos casos de abuso e exploração sexual em Mato Grosso e em todo o País.

De acordo com a CPMI, em todo o Estado, as regiões onde mais se localiza a prostituição infantil é ao longo de rodovias federais como as BRs 364, 163 e 070. Em alguns casos, a rota atravessa todo o Mato Grosso, de leste a oeste, indo de Barra do Garças, passando por Cuiabá chegando até Cáceres. Na BR-163, por exemplo, a exploração de menores acontece em cidades como Nova Mutum, Sinop e Alta Floresta.

Buscando encontrar mecanismos que possuam contribuir para a minimização do abuso sexual de crianças e adolescentes no Estado, a Assembléia Legislativa realiza hoje (18), a partir das 14 horas, no auditório Milton Figueiredo, audiência pública para discutir a situação da violência no Estado.



A presidente da Comissão de Cidadania e Amparo a Criança ao Adolescente e ao Idoso, deputada Vera Araújo (PT), disse que os parlamentares vão ouvir o promotor de Justiça da Infância e Adolescentes, José Antonio Borges e membros dos Conselhos Tutelares, entre outras. “Eles tem informações importantes para repassar à Casa”.

“Nós não temos informações precisas, as denuncias são repassadas de forma sigilosa. Não temos os números de abusos contra crianças e adolescentes no Estado. Por isso vamos ouvir as entidades e buscar os caminhos que nos levem a prevenir a nossa juventude da exploração sexual”, disse Vera.

Segundo a presidente da CPMI, senadora Patrícia Saboya Gomes (PPS/CE), em Mato Grosso existem casos graves que precisam ser investigados. No estado são 50 denuncias. Entre eles estão o trafico internacional de crianças e adolescentes e o agenciamento delas para atuarem em bares e boates em varias cidades brasileiras”, disse.

Em Cuiabá, o programa que atende a crianças e adolescentes vítimas de exploração sexual, criado há cinco anos, já atendeu 580 casos de denuncias de exploração de menores nas faixas etárias entre sete anos a 17 anos de idade. Das crianças atendidas, 150 foram vitimas de exploração sexual cometidos dentro da própria família.

De acordo com o secretário executivo do Fórum Mato-grossense de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescentes, Natalício Menezes, é preciso que o governo do estado encampe a idéia e coloque em prática a construção de uma delegacia especifica para tratar do abuso sexual cometido contra a juventude. O mesmo conceito é defendido também pelo promotor de justiça da Infância e Adolescência, José Antônio Borges Pereira.

“É preciso passar a responsabilidade de tratar desse assunto das mãos da Policia Federal. Ela não tem estrutura. Por isso o governo do estado deveria criar uma delegacia especializada na exploração sexual de crianças e adolescentes”, destacou Antonio Borges.




Fonte: Assessoria/AL

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