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EUA vêem "Carandiru" sob impacto de Abu Ghraib
São Paulo - Mais de um norte-americano que assistir às brutais imagens exibidas pelo drama carcerário brasileiro Carandiru vai relacioná-las com a atual polêmica sobre o abuso dos prisioneiros iraquianos por parte dos soldados americanos. Essa é expectativa de parte da crítica dos Estados Unidos, onde o filme de Hector Babenco estreou sexta-feira em Nova York e Los Angeles. "Jamais fiz essa associação, mas diversas pessoas me disseram coisa similares", disse Babenco à repórter Myriam Alvarez, da agência de notícias DPA. "Creio que é a barbárie de viver amontoado em um lugar de difícil acesso que chama a atenção das pessoas, que logo mencionam os direitos humanos e pedem o fim de tal humilhação."
Apesar de negar a associação, Babenco reconheceu que os encarregados do marketing do filme em território americano consideraram oportuna a estréia do filme neste momento. A mesma relação é feita pelo repórter Jon Patterson, do jornal britânico The Guardian, em artigo divulgado na sexta-feira. Em seu texto, Patterson comenta o choque vivido pelo mundo com a divulgação a conta-gotas das fotos que incriminam os soldados americanos e ingleses. "Assisti a Carandiru na semana passada", afirma o articulista. "E, a despeito da recriação do infame massacre de 111 presos que aconteceu em São Paulo em 1992, eu preferiria estar preso no Carandiru que em Abu Ghraib (prisão iraquiana) ou em qualquer penitenciária americana."
Já para o crítico do jornal, Bob Strauss, o mais impressionante do filme é a formação, dentro do complexo penitenciário brasileiro, de uma sociedade com leis próprias. "Essa é a grande força do longa", afirma. Sob o título Chamas de Ódio e Arrependimento, o crítico Stephen Holden avaliou positivamente, na edição de sexta-feira do jornal The New York Times, o filme de Hector Babenco. Segundo ele, a vida humana aparece em todos seus aspectos em Carandiru. "Assistir a esse épico sujo é como estar preso dentro de um vagão de metrô sem ar condicionado em uma úmida noite de verão", compara Holden. "A qualquer segundo, tudo pode explodir. E eventualmente isso acontece." Para ele, Carandiru inscreve-se na tradição latino-americana de retratar com realismo problemas que transformam pessoas comuns em verdadeiros heróis.
Apesar de negar a associação, Babenco reconheceu que os encarregados do marketing do filme em território americano consideraram oportuna a estréia do filme neste momento. A mesma relação é feita pelo repórter Jon Patterson, do jornal britânico The Guardian, em artigo divulgado na sexta-feira. Em seu texto, Patterson comenta o choque vivido pelo mundo com a divulgação a conta-gotas das fotos que incriminam os soldados americanos e ingleses. "Assisti a Carandiru na semana passada", afirma o articulista. "E, a despeito da recriação do infame massacre de 111 presos que aconteceu em São Paulo em 1992, eu preferiria estar preso no Carandiru que em Abu Ghraib (prisão iraquiana) ou em qualquer penitenciária americana."
Já para o crítico do jornal, Bob Strauss, o mais impressionante do filme é a formação, dentro do complexo penitenciário brasileiro, de uma sociedade com leis próprias. "Essa é a grande força do longa", afirma. Sob o título Chamas de Ódio e Arrependimento, o crítico Stephen Holden avaliou positivamente, na edição de sexta-feira do jornal The New York Times, o filme de Hector Babenco. Segundo ele, a vida humana aparece em todos seus aspectos em Carandiru. "Assistir a esse épico sujo é como estar preso dentro de um vagão de metrô sem ar condicionado em uma úmida noite de verão", compara Holden. "A qualquer segundo, tudo pode explodir. E eventualmente isso acontece." Para ele, Carandiru inscreve-se na tradição latino-americana de retratar com realismo problemas que transformam pessoas comuns em verdadeiros heróis.
Fonte:
Estadão.com
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/383588/visualizar/
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