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Politica Brasil
Quarta - 05 de Maio de 2004 às 12:53
Por: Redação RepórterNews

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A prefeitura Municipal de Rondonópolis pode estar pagando pela área doada à indústria Santana Têxtil dez vezes mais que o preço real do mercado imobiliário. A área de 20 hectares localizada na Gleba Poroxo está sendo adquirida por R$ 500 mil pela prefeitura para ser doada à indústria, mas um dos vendedores, Augusto Moraes concedeu entrevista ao Jornal A Tribuna dizendo que estaria doando metade da área. Fazendo as contas, cada hectare pode estar saindo a R$ 50 mil para a prefeitura, um preço bem acima da média para o mercado imobiliário local. A denúncia foi feita durante a sessão do Legislativo de ontem (04) pelo vereador tucano Mohamed Zaher. Segundo ele, uma área vizinha com 30 hectares foi comercializada no ano passado a R$ 180 mil, um custo de R$ 6 mil o hectare.

O vereador solicitou providências por parte da Câmara Municipal que aprovou durante a mesma sessão a convocação do secretário de Planejamento do Município Valdecir Feltrin para explicar os critérios usados para fixar o preço do terreno, se houve ou não doação e se a prefeitura já pagou os R$ 500 mil pela área. O secretário deve comparecer à próxima sessão ordinária, no 11 de maio para prestar os esclarecimentos.

"Levantei todos os dados e fiquei estarrecido com os valores negociados. Este fato não pode passar em branco senão nós vereadores estaremos assinando o contrato de conivência deste ato", ressaltou Mohamed apresentando o contrato de compra e venda celebrados entre a prefeitura e a imobiliária que está vendendo a área e o jornal onde está a declaração de Augusto referente a doação de metade do terreno.

Durante a sessão, chegou a ser cogitada a possibilidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Investigação (CPI), mas a proposta acabou sendo trocada pela convocação do secretário. "Vamos ver se ele (o secretário) consegue explicar o inexplicável depois decidiremos qual será o segundo passo do Legislativo para esclarecer esta negociação", declarou Mohamed.

A compra da área não chegou a ser aprovada pela Câmara Municipal, pois já constava no orçamento do município. Já a doação do terreno foi aprovada pelo Legislativo no início de abril.

"Não quero prejudicar a instalação da fábrica que vai gerar mais emprego a nossa cidade, quero que a doação continue intocável, mas precisamos rever os valores pagos pela área. Disso eu não abro mão", finalizou o vereador.




Fonte: Com Assessoria

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