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Escritor mato-grossense é destaque na imprensa nacional
O escritor mato-grossense, Ricardo Guilherme Dicke (67), concedeu nesta sábado (01.05), uma entrevista ao jornalista do jornal de circulação nacional “O Globo”, João Ximenes Braga.
Confira na íntegra a entrevista com Ricardo Guilherme Dicke
Dicke queixa-se do "ostracismo cruel" atribuindo-o sobretudo a sua distância dos grandes centros. Mas, em suas respostas, parece preferir aumentar que desvendar o mistério Dicke.
O Globo: O que acha de ter sido citado por Hilda Hilst ao lado de Rosa e Machado de Assis como um dos gigantes da Literatura?
Ricardo Guilherme Dicke: Senti-me surpreendido, pois é uma grande responsabilidade estar ao lado de Machado de Assis e Guimarães Rosa
O Globo: Você conhecia Hilda?
Dicke: Sim, conhecia-a pessoalmente. Gostávamos fraternalmente. Éramos amigos e trocávamos correspondência, nos comunicávamos por telefone e conversávamos sobre tudo o que existe.
O Globo: O senhor tinha 31 anos quando seu livro de estréia, "Deus de Caim", recebeu um prêmio cujos jurados eram Guimarães Rosa e Antonio Olinto.O que passou pela cabeça do jovem escritor?
Dicke: Tenho a declarar que tirei o quarto lugar nesse prêmio. A mídia fez o resto. E mesmo assim o livro teve grande projeção. Fiquei felicíssimo e sabia que havia aberto as portas da glória.
O Globo: "Rio abaixo dos vaqueiros" e "O Salário dos poetas" têm déspotas como epicentro da narrativa. Um fazendeiro no primeiro, um ditador no outro. Por que o poder e a tirania o fascinam como tema?
Dicke: Poder e tirania são temas que separam estes dois livros dos outros que escrevi. Freudianamente falando, poder e tirania são temas que vêm da influência do meu pai, que era muito bravo. Os livros podem ter a minha crueldade, mas também têm muitas coisas generosas e boas.
O Globo: Ainda falando sobre a temática desses dois livros...Quase não há duas páginas seguidas em que não se fale em morte, no prenúncio da morte, no medo da morte. Por quê?
Dicke: Porque a morte é o maior mistério que existe.
O Globo: Diz-se que o senhor bebia muito. Isso teria atrapalhado sua produção literária?
Dikie: Faz vinte anos que deixei de beber. Beber me prejudicou muito.
O Globo: Uma frase de Blaise Pascal, "O silêncio desses espaços infinitos me apavora", é citada diversas vezes ao longo de "O salário dos poetas".È uma síntese do peso que o horizonte do Pantanal e da Chapada tem na sua literatura?
Dicke: Essa frase de Pascal para mim resume o maior símbolo do mistério que existe no Universo.
O Globo: Além da literatura, como é seu cotidiano, o que o senhor faz atualmente?
Dicke: Sou (funcionário público) aposentado e vivo como um monge. Lendo e screvendo.
O Globo: Há previsão de novos livros?
Dicke: Sim, aqui a gente pula atrás de editores. Como não há o que fazer, temos que esperar que nos descubram nos grandes centros. Tenho oito livros prontos para publicar. Nenhum plano porque aqui é a minha Finisterrae.
Obras e premiações do escritor mato-grossense:
- Prêmio Walmap (1967): Seu primeiro romance de estréia "Deus de Caim" cujos jurados foram Jorge Amado e Guimarães Rosa.
- Prêmio Remington (1977): Seu segundo livro "Caieira", considerado por Glauber Rocha, num programa de TV, como leitura obrigatória.
- Prêmio "Madona dos Paramos" (1981)- Seu terceiro título premiado pela Fundação Cultural do Distrito Federal.
- "O último horizonte " (1998)- Último livro a ser lançado comercialmente por uma editora no eixo Rio-São Paulo, estão esgotados e nunca foram reeditados.
- "Rio abaixo dos vaqueiros" e o "Salário dos Poetas" (2001)- Seus dois novos e mais recentes trabalhos viabilizados pela Secretaria de Estado de Cultura, por meio da Lei de Incentivo.
- Encontra-se em fase de finalização um documentário em média metragem sobre Dicke chamado "Cerimônia do esquecimento", produzido para exibição nas emissoras educativas do país. Mais informações podem ser obtidas com o agente do escritor pelo e-mail: lorenzofalcao@hotmail.com
Confira na íntegra a entrevista com Ricardo Guilherme Dicke
Dicke queixa-se do "ostracismo cruel" atribuindo-o sobretudo a sua distância dos grandes centros. Mas, em suas respostas, parece preferir aumentar que desvendar o mistério Dicke.
O Globo: O que acha de ter sido citado por Hilda Hilst ao lado de Rosa e Machado de Assis como um dos gigantes da Literatura?
Ricardo Guilherme Dicke: Senti-me surpreendido, pois é uma grande responsabilidade estar ao lado de Machado de Assis e Guimarães Rosa
O Globo: Você conhecia Hilda?
Dicke: Sim, conhecia-a pessoalmente. Gostávamos fraternalmente. Éramos amigos e trocávamos correspondência, nos comunicávamos por telefone e conversávamos sobre tudo o que existe.
O Globo: O senhor tinha 31 anos quando seu livro de estréia, "Deus de Caim", recebeu um prêmio cujos jurados eram Guimarães Rosa e Antonio Olinto.O que passou pela cabeça do jovem escritor?
Dicke: Tenho a declarar que tirei o quarto lugar nesse prêmio. A mídia fez o resto. E mesmo assim o livro teve grande projeção. Fiquei felicíssimo e sabia que havia aberto as portas da glória.
O Globo: "Rio abaixo dos vaqueiros" e "O Salário dos poetas" têm déspotas como epicentro da narrativa. Um fazendeiro no primeiro, um ditador no outro. Por que o poder e a tirania o fascinam como tema?
Dicke: Poder e tirania são temas que separam estes dois livros dos outros que escrevi. Freudianamente falando, poder e tirania são temas que vêm da influência do meu pai, que era muito bravo. Os livros podem ter a minha crueldade, mas também têm muitas coisas generosas e boas.
O Globo: Ainda falando sobre a temática desses dois livros...Quase não há duas páginas seguidas em que não se fale em morte, no prenúncio da morte, no medo da morte. Por quê?
Dicke: Porque a morte é o maior mistério que existe.
O Globo: Diz-se que o senhor bebia muito. Isso teria atrapalhado sua produção literária?
Dikie: Faz vinte anos que deixei de beber. Beber me prejudicou muito.
O Globo: Uma frase de Blaise Pascal, "O silêncio desses espaços infinitos me apavora", é citada diversas vezes ao longo de "O salário dos poetas".È uma síntese do peso que o horizonte do Pantanal e da Chapada tem na sua literatura?
Dicke: Essa frase de Pascal para mim resume o maior símbolo do mistério que existe no Universo.
O Globo: Além da literatura, como é seu cotidiano, o que o senhor faz atualmente?
Dicke: Sou (funcionário público) aposentado e vivo como um monge. Lendo e screvendo.
O Globo: Há previsão de novos livros?
Dicke: Sim, aqui a gente pula atrás de editores. Como não há o que fazer, temos que esperar que nos descubram nos grandes centros. Tenho oito livros prontos para publicar. Nenhum plano porque aqui é a minha Finisterrae.
Obras e premiações do escritor mato-grossense:
- Prêmio Walmap (1967): Seu primeiro romance de estréia "Deus de Caim" cujos jurados foram Jorge Amado e Guimarães Rosa.
- Prêmio Remington (1977): Seu segundo livro "Caieira", considerado por Glauber Rocha, num programa de TV, como leitura obrigatória.
- Prêmio "Madona dos Paramos" (1981)- Seu terceiro título premiado pela Fundação Cultural do Distrito Federal.
- "O último horizonte " (1998)- Último livro a ser lançado comercialmente por uma editora no eixo Rio-São Paulo, estão esgotados e nunca foram reeditados.
- "Rio abaixo dos vaqueiros" e o "Salário dos Poetas" (2001)- Seus dois novos e mais recentes trabalhos viabilizados pela Secretaria de Estado de Cultura, por meio da Lei de Incentivo.
- Encontra-se em fase de finalização um documentário em média metragem sobre Dicke chamado "Cerimônia do esquecimento", produzido para exibição nas emissoras educativas do país. Mais informações podem ser obtidas com o agente do escritor pelo e-mail: lorenzofalcao@hotmail.com
Fonte:
Secom - MT
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/384094/visualizar/
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