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Educação/Vestibular
Segunda - 03 de Maio de 2004 às 15:21

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São Paulo - Inseguros diante de um mercado de trabalho cada vez mais fechado, os jovens descobrem, cada vez mais, o valor do estágio como passaporte para a conquista do primeiro emprego. Essa confiança não deve ser creditada apenas ao natural otimismo da idade, mas decorre, em grande parte, de alguns fatos que os entrevistados constatam na prática.

O mais estimulante deles é que 67% dos estagiários são efetivados pelas empresas depois de concluído o período de treinamento.

Esse número foi obtido em pesquisa realizada em 2003 pela InterScience Informação e Tecnologia Aplicada, com 626 estudantes de 13 Estados, todos encaminhados às empresas pelo Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) nos últimos dez anos.

Assim, não é à toa que 99% dos 818 jovens ouvidos durante janeiro e fevereiro deste ano, em outra pesquisa da InterScience, apontaram o estágio como uma etapa indispensável da própria vida, opinião emitida tanto pelos entrevistados que ainda cursam a universidade como pelos recém-formados.

Contratações

Em 2003, a Cosipa efetivou 74 estagiários, correspondente a 30% das contratações do ano. Em 2004, até março, a empresa assinou a carteira profissional de mais 29 ex-estagiários, representando 27% das contratações do trimestre, de acordo com José Antonio de Oliveira Rezende, superintendente de Recursos Humanos da siderúrgica.

Outro exemplo é o da Proservi, especializada em processamento de back-office bancário, com atuação nacional. Seu índice de efetivação de estagiários alcançou 54,3% em dezembro do ano passado.

Seleção mais rigorosa

Os critérios mais rigorosos do mercado, no entanto, afetaram também a seleção dos estudantes que se candidatam a uma oportunidade de estágio. “Hoje, os recrutadores fazem uma ampla avaliação do perfil do candidato, desde o desempenho escolar até o comportamento, passando pelo domínio de idiomas, de informática etc”, explica Luiz Gonzaga Bertelli, presidente-executivo do CIEE.

A afirmação é comprovada em levantamento realizado em 2002 com 101 empresas do Estado de São Paulo. Para 52%, entre os aspectos valorizados nos critérios de avaliação estão as atitudes.

Na opinião dos estagiários e recém-formados entrevistados pela InterScience, uma das principais contribuições do estágio é justamente o ganho no aspecto das atitudes, como melhora no relacionamento (87%), desenvoltura (84%) e maior facilidade para resolução de problemas (79%).

Novos talentos

Os resultados das pesquisas confirmam o valor do estágio para os dois principais atores envolvidos no processo. “Primeiro, é um eficiente instrumento de preparação do jovem para o mundo do trabalho, ampliando em muito sua empregabilidade. Segundo, é uma ferramenta eficaz para a empresa interessada em descobrir novos talentos e fortalecer seu quadro funcional.

Com experiência de 40 anos na integração entre empresa e escola, o CIEE considera que o estágio deve ser constantemente aprimorado, buscando acompanhar a evolução do mundo do trabalho”, afirma Bertelli.

Para ele, um programa de estágio tem qualidade assegurada quando é bem planejado, com definição clara dos objetivos e das atividades que o estudante realizará, além da designação de profissional habilitado, que exercerá a função de supervisor. “Dessa forma, a experiência resultará na melhor formação do estudante, além de desenvolver também habilidades e competências solicitadas pelo mercado.”

Serviço de acompanhamento

Buscando otimizar os resultados do estágio, o CIEE lança neste mês um serviço de acompanhamento pioneiro, direcionado às escolas parceiras, que possibilita ao supervisor designado pela empresa para acompanhar o estagiário registrar suas opiniões no site do CIEE. Com isso, para cada estudante em treinamento, as escolas passam a contar com três avaliações: a do estagiário, a do supervisor e a do CIEE.

“Mesmo que a responsabilidade pela avaliação do estágio seja da escola, o CIEE a subsidiará com informações sobre os programas de estágios que administra, assegurando a transparência e a qualidade do processo”, explica Sylvana Rocha, gerente educacional.




Fonte: Estadão.com

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