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Politica Brasil
Quarta - 28 de Abril de 2004 às 19:13
Por: Maksuês Leite

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Há exatos 20 anos, um mato-grossense ganhava as ruas deste imenso Brasil. Alto, barbudo e usando óculos de “fundo de garrafa”, o então deputado federal, na época no PMDB, Dante de Oliveira, apresentou uma emenda constitucional, que em pouco tempo, fez o império ditador do país ruir em cinzas. Pronto! O nome Dante de Oliveira era uma logomarca conhecida nacionalmente, cuja larga extensão, varria o nosso território desde o Oiapoque até o Chuí.

O tempo passou, as gerações foram renovadas e o “velho” Dante ficou restrito aos quadrantes deste imenso Mato Grosso. Raras imagens de arquivo, vez ou outra, ganhavam as telas da imprensa nacional em memória das “Diretas Já”. Mas foi só. Ficamos por aí. Confesso! Já estava com saudades de ser lembrado, lá fora, como conterrâneo de um político conhecido.

Para ofuscar ainda mais o nosso nome nacional, o ex-governador Dante de Oliveira (PSDB), num desses passes de mágicas da política, não se elegeu senador da República em 2002. E mais. Denúncias, até que se prove o contrário, infundadas ganharam as manchetes dos jornais. Pensei! Era o que faltava para jogar o nosso mais recente troféu no absoluto anonimato. Eu estava enganado. Em duas frentes, os bons companheiros ressurgiram, com força, credibilidade e respeito do povo brasileiro.

O primeiro a brilhar nas lentes da televisão, folhas de jornal e páginas da internet, rede mundial de computadores, foi o senador tucano Antero Paes de Barros. Destemido, corajoso e valente, Antero ousou ao enfrentar a máfia dos caça-níqueis, os empresários corruptos envolvidos no caso Banestado e, por último, detonou o ex-assessor do Ministério da Casa Civil, Waldomiro Diniz, que foi pego, em fita de vídeo, pedindo propina ao bicheiro Carlinhos Cachoeira.

A atuação do senador mato-grossense foi perfeita. Não só chamou a atenção do Congresso Nacional, como também, do povo brasileiro.

A resposta foi rápida. Em uma das minhas viagens a Brasília, tive a grata sensação de ser lembrado, por um taxista, das façanhas do meu nobre conterrâneo. “O senhor é de Mato Grosso? Aquele senador Antero, da sua terra, é corajoso. Ele não teve medo de mostrar os podres desses doutores”, apontou o dedo, o taxista, em direção ao Ministério da Casa Civil.

Fiquei muito feliz com aquela declaração. Lá no banco traseiro, daquele mesmo táxi, imaginei. “Temos um novo nome nacional. O Antero justificou o seu mandato de senador”. Pois não é que em breve, o “velho” Dante, amigo pessoal de Antero, também iria reconquistar o seu posto de figura política nacional? Com base nos vinte anos da emenda, de sua autoria, que provocou a derrubada da ditadura militar, o ex-governador Dante de Oliveira produziu uma verdadeira obra prima que retrata os bastidores e as lutas dramáticas deste fúnebre tempo. O resultado do lançamento do livro “Os 15 meses que abalaram a ditadura” foi fantástico! Diversas entrevistas na Folha de São Paulo, O Globo, Veja, Istoé, Época, TV Record, TV Globo, Band e tantos outros veículos de comunicação nacional. Não tive oportunidade de retornar a Brasília, porém, com toda certeza aquele mesmo taxista que se lembrou do senador Antero também não se hesitaria em citar o nome de Dante como o meu ilustre conterrâneo.

Os dois exemplos citados acima são provas materiais de que o nosso Estado, tão imenso, rico e promissor não precisa apenas de estradas, estradas e estradas. Mato Grosso, mais do que nunca, é lembrado, lá fora, como a unidade da federação que produz bons políticos!

*Maksuês Leite é jornalista em Mato Grosso




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