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Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Quarta - 28 de Abril de 2004 às 19:04
Por: Adriana Vandoni Curvo

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Sorrir é o melhor remédio. Por acreditar e apostar nisso, os Doutores Alegria estão completando doze anos de atividade no Brasil. O trabalho deles é levar alegria e diversão a crianças hospitalizadas, quebrar a rigidez e a frieza dos ambientes hospitalares, dar um sopro de infância àqueles que tão cedo se encontraram com o maior desafio que pode existir: viver.

Inevitável a gargalhada pelos corredores onde eles passam, inevitável a emoção de ver uma criança, muitas vezes desenganada, abrir um vasto sorriso, tão vasto que ilumina e colore todo o quarto, todo o corredor, todos o hospitais, todos os corações tão endurecidos pela agrura da realidade.

Mas não é só o riso que os Doutores Palhaços levam aos hospitais por onde passam, eles levam um sentido de cooperação entre funcionários, eles humanizam o ambiente. Nos fazem ver que por mais séria, grave e terminal que possa ser o mal, são apenas crianças acompanhadas de pais e mães desmantelados.

Eles extraem dessa realidade que fere e que maltrata, a poesia, o lirismo, a graça, o humor. Estimulam o sentido da crítica, sim, as crianças em tratamentos longos se tornam passivas e os Palhaços as ajudam a reagir. É ai que está a magia do trabalho desses Senhores Palhaços. A alegria, comprovadamente aumenta a resposta dos pacientes aos medicamentos. Uma pessoa feliz busca no fundo do seu ser algo que o motive a viver. Tão importante quanto o remédio são os momentos em que o paciente se esquece da dor e do medo.

O alto grau de especialização da medicina gerou a dualidade entre os benefícios dos avanços tecnológicos e o prejuízo da impessoalidade. Pôde-se constatar que a falta do calor humano atrasa tratamentos. A partir daí a dinâmica hospitalar passou a deslocar seu foco das questões do atendimento da doença para o atendimento do cidadão, do tecnológico para as relações humanas. Essa mudança de foco inclui também o envolvimento dos familiares, que antes eram retirados de cena, agora passaram a colaboradores do tratamento. Isso é individualizar os atendimentos.

A importância dos Doutores Alegria é grande por nos mostrar que o cotidiano e a guerra da competitividade nos anestesia, nos tira a capacidade de nos deixar afetar pela vida. A vaidade do poder, do crescer, do construir para nós mesmo, nos enrijece e nos empobrece cada dia mais.

Quando vejo ações como as desse grupo, percebo que de nada valem os castelos que construímos, os inimigos que derrotamos e os contratos que assinamos frente a devastação que um diagnóstico pode causar. O que vale é a vida que levamos e o bem que podemos realizar. Se existe retorno? Depende do que se entende por retorno. Em caixa, não. O retorno se manifesta na alma de forma eternizada.

Não sei se este governo tem ou não compromisso com a área social, como alguns deram para apregoar, o fato é que é que foi através da iniciativa e da sensibilidade deste governo que os Doutores Alegria estão chegando em Mato Grosso. Que sejam bem vindos!

Para maiores informações - clique aquihttp://

Adriana Vandoni Curvo é professora de economia, consultora, especialista em Administração Pública pela FGV/RJ. E-mail: avandoni@uol.com.br




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