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Politica Brasil
Segunda - 26 de Abril de 2004 às 17:54

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Amã - A televisão estatal jordaniana levou ao ar a confissão de terroristas, que estariam agindo sob as ordens do chefe de operações da Al-Qaeda, numa operação envolvendo a explosão de uma bomba química e uso de gás tóxico que mataria milhares de pessoas na Jordânia.

Azmi al-Jayousi, identificado como chefe da célula jordaniana da rede terrorista, apareceu num vídeo de 20 minutos e descreveu o encontro do militante Abu-Musab al-Zarqawi, no Iraque, para planejar o atentado frustrado à Embaixada dos Estados Unidos em Amã e outros alvos oficiais jordanianos. As autoridades americanas oferecem uma recompensa de US$ 10 milhões pela captura de al-Zarqawi, considerado o braço direito do líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, porque ele estaria tentando construir uma rede de militantes estrangeiros no Iraque. O atual paradeiro de al-Zarqawi é desconhecido.

Um site da Web, conhecido por conter mensagens de extremistas muçulmanos, mostrou hoje uma atribuída a al-Zarqawi, assumindo a responsabilidade pelos ataques ao terminal petrolífero iraquiano no Golfo, sábado, que matou três americanos e paralisou a plataforma por mais de 24 horas.

“Eu jurei lealdade a Abu-Musab para ser totalmente obediente e escutá-lo sem discussão”, disse al-Jayousi na TV jordaniana. Segundo ele, seu primeiro encontro com al-Zarqawi deu-se no Afeganistão, onde estudou explosivos “antes da queda do Afeganistão”. Depois, encontrou al-Zarqawi no Iraque, mas não especificou quando.

O vídeo também mostrou fotografias de al-Jayousi e nove outros suspeitos que devem falar mais tarde, no programa. Um comentarista disse que quatro, dos nove da foto, foram mortos em confronto com forças de segurança. Ainda segundo o comentarista, os atentados que perpetrariam pretendiam matar “80.000 jordanianos” e tinham como alvo o gabinete do primeiro-ministro, quartéis da inteligência e a embaixada americana.

Al-Zarqawi “foi o terrorista que planejou a operação”, afirmou o comentarista.

Al-Jayousi disse que recebeu cerca de US$170.000 de al-Zarqawi para financiar o plano e usou parte para comprar 20 toneladas de produtos químicos. Mas não identificou que produtos seriam, embora tenha afirmado que “eram suficientes para toda a operação na arena jordaniana”.

Imagens do que o comentarista disse serem vans carregadas com embalagens azuis de explosivos químicos foram incluídas na transmissão.

Os suspeitos que apareceram na TV jordaniana estarião ligados a uma suposta conspiração, que teria sido frustrada há duas semanas. Fontes oficiais dizem que foi preso um número não especificado de membros da Al-Qaeda em duas batidas, no fim de março e começo de abril.

Na semana passada, as autoridades afirmaram que mais quatro suspeitos de estarem ligados à mesma conspiração foram mortos num tiroteio com a polícia, em Amã.

Os terroristas planejavam denotar uma poderosa arma química tendo como alvo o serviço secreto jordaniano e usar gás venenoso contra o gabinete do primeiro-ministro, a embaixada americana e outras missões diplomáticas, ainda segundo a versão oficial. Se a bomba química tivesse explodido, poderia matar pelo menos 20.000 pessoas e destruir prédios no raio de um quilômetro e meio.

Levar ao ar confissões de suspeitos antes de seu julgamento não é comum na Jordânia. Mas, em 1998, seis homens acusados de flilação a um grupo militante confessaram, pela televisão, haver plantado uma bomba que explodiu do lado de fora de um hotel de Amã. Cinco anos depois, o tribunal declarou-os inocentes.




Fonte: AE - AP

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