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Parque nacional vai perder seus últimos funcionários
São Paulo - A integridade e a riqueza natural e arqueológica do Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (PI), considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 1991, estão em perigo. Por falta de recursos, a Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), criada em 1986 pela arqueóloga Niède Guidon para pesquisar e manter o parque, vai demitir no dia 30 os seus últimos 79 funcionários.
A partir daí, vão ficar apenas três servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para manter e proteger uma área de 100 mil hectares, que abriga 735 sítios arqueológicos e paleontológicos, 105 dos quais preparados para a visitação turística, e uma das maiores concentrações de pinturas rupestres do mundo.
Segundo Niède, desde 1986 o parque vem sendo gerido e mantido por meio de parcerias, convênio e contratos de co-gestão entre a Fumdham, o Ibama e o Ministério da Cultura (MinC).
Sem aeroporto
Os problemas para administrar o parque começaram em 1998 e se agravaram a partir de 2002. Antes disso, de 1991 e 1998, Niède lançava mão dos fundos da Fumdham, aplicados no mercado financeiro, para cobrir eventuais atrasos ou falta de repasses do Ibama ou do MinC.
Em 1998, a Fumdham decidiu investir no desenvolvimento do ecoturismo e turismo cultural, com o objetivo de obter recursos fixos e consistentes para manter o parque e seus sítios arqueológicos, cinco escolas rurais na região, a pesquisa e o Museu do Homem Americano.
"Para isso, nós dependíamos da construção de um aeroporto em São Raimundo Nonato", diz Niède. "O projeto nunca saiu do papel, no entanto."
De acordo com a arqueóloga, sem o aeroporto ela não levará mais nenhuma iniciativa adiante. "Em 1996 nós conseguimos a criação de um aeroporto internacional aqui", conta. "Em 1997, ele foi licitado. Em 1998, foi liberada a primeira parcela de R$ 5 milhões, que não chegou às nossas mãos.
Dinheiro
Em 2003 foi licitado de novo e o ministro Walfrido Mares Guia (do Turismo) já liberou R$ 5 milhões, sendo que R$ 1 milhão já está com o governo do Estado. A última promessa era que as obras iniciariam nessa semana, mas até agora nada."
Sem o dinheiro dos visitantes que desembarcariam no aeroporto, com os fundos próprios minguando e os atrasos ou falta de repasses dos órgãos federais, a situação da Fumdham chegou ao limite.
"Quando os recursos federais começaram a baixar, em 2002, a carga foi demasiado alta para a Fumdham e nossa descapitalização aumentou", diz Niède. "Como a situação se repetiu em 2003 e em 2004, chegamos ao limite de nossas possibilidades e decidimos que teremos de abandonar o intento de proteger integralmente o parque."
Depredação e caça
Ela calcula que são necessários R$ 220 mil mensais para a administrar o parque. O último repasse feito pelo Ibama, em dezembro, foi de R$ 248 mil.
Niède aproveita para alertar sobre os riscos que o parque corre. "É necessário que os ministros responsáveis por ele estejam cientes de que, a partir de 1.º de maio, o parque começará a ser depredado", avisa.
"As populações animais que cresceram muito nestes últimos anos, com um sistema cerrado de vigilância, serão dizimadas. E os sítios arqueológicos serão pichados, os caçadores farão tiro ao alvo com as figuras, as fogueiras vão destruir a rocha e apagar as pinturas."
A partir daí, vão ficar apenas três servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para manter e proteger uma área de 100 mil hectares, que abriga 735 sítios arqueológicos e paleontológicos, 105 dos quais preparados para a visitação turística, e uma das maiores concentrações de pinturas rupestres do mundo.
Segundo Niède, desde 1986 o parque vem sendo gerido e mantido por meio de parcerias, convênio e contratos de co-gestão entre a Fumdham, o Ibama e o Ministério da Cultura (MinC).
Sem aeroporto
Os problemas para administrar o parque começaram em 1998 e se agravaram a partir de 2002. Antes disso, de 1991 e 1998, Niède lançava mão dos fundos da Fumdham, aplicados no mercado financeiro, para cobrir eventuais atrasos ou falta de repasses do Ibama ou do MinC.
Em 1998, a Fumdham decidiu investir no desenvolvimento do ecoturismo e turismo cultural, com o objetivo de obter recursos fixos e consistentes para manter o parque e seus sítios arqueológicos, cinco escolas rurais na região, a pesquisa e o Museu do Homem Americano.
"Para isso, nós dependíamos da construção de um aeroporto em São Raimundo Nonato", diz Niède. "O projeto nunca saiu do papel, no entanto."
De acordo com a arqueóloga, sem o aeroporto ela não levará mais nenhuma iniciativa adiante. "Em 1996 nós conseguimos a criação de um aeroporto internacional aqui", conta. "Em 1997, ele foi licitado. Em 1998, foi liberada a primeira parcela de R$ 5 milhões, que não chegou às nossas mãos.
Dinheiro
Em 2003 foi licitado de novo e o ministro Walfrido Mares Guia (do Turismo) já liberou R$ 5 milhões, sendo que R$ 1 milhão já está com o governo do Estado. A última promessa era que as obras iniciariam nessa semana, mas até agora nada."
Sem o dinheiro dos visitantes que desembarcariam no aeroporto, com os fundos próprios minguando e os atrasos ou falta de repasses dos órgãos federais, a situação da Fumdham chegou ao limite.
"Quando os recursos federais começaram a baixar, em 2002, a carga foi demasiado alta para a Fumdham e nossa descapitalização aumentou", diz Niède. "Como a situação se repetiu em 2003 e em 2004, chegamos ao limite de nossas possibilidades e decidimos que teremos de abandonar o intento de proteger integralmente o parque."
Depredação e caça
Ela calcula que são necessários R$ 220 mil mensais para a administrar o parque. O último repasse feito pelo Ibama, em dezembro, foi de R$ 248 mil.
Niède aproveita para alertar sobre os riscos que o parque corre. "É necessário que os ministros responsáveis por ele estejam cientes de que, a partir de 1.º de maio, o parque começará a ser depredado", avisa.
"As populações animais que cresceram muito nestes últimos anos, com um sistema cerrado de vigilância, serão dizimadas. E os sítios arqueológicos serão pichados, os caçadores farão tiro ao alvo com as figuras, as fogueiras vão destruir a rocha e apagar as pinturas."
Fonte:
Estadão.com
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/385210/visualizar/
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