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Cultura
Terça - 20 de Abril de 2004 às 10:33
Por: Rosi Medeiros

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As transformações urbanas de Cuiabá ocorrida nos seus 285 anos, retratadas por meio de fotografias e textos, convidam o público a refletir sobre o desenvolvimento da cidade. Até o próximo dia 23.04, a população poderá apreciar a exposição icnográfica "Cuiabá no Coração da América", que foi aberta nesta segunda-feira (19.04), no Arquivo Público de Mato Grosso, pelo secretário de Administração Geraldo De Vitto. A amostra está sendo realizada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Administração (Sad), em comemoração ao aniversário da capital.

A exposição reúne 40 fotografias de lugares da Cuiabá antiga e moderna, vistas sob o mesmo ângulo. O passeio pela paisagem urbana e social, do século XVIII aos nossos dias, se completa com explicações de textos jornalísticos, literários e discursos da época. Juntos eles buscam despertar no público a curiosidade de "enxergar" a capital, identificar detalhes que não são notados na correria diária de seus moradores.

"Nossos atos cotidianos nos impedem de 'olhar' a cidade. A exposição é um convite ao 're-olhar' as transformações que houveram", destacou o mestre em História, Suelme Evangelista Fernandez, que junto com a historiadora, Giselle de Almeida Costa, foram responsáveis pela pesquisa histórica e coordenação da exposição.

As fotografias mostram o contraste da Cuiabá antiga e atual, como por exemplo, a Praça Alencastro, em 1810, praticamente vazia e rodeada por palmeiras, que foram trazidas da Ásia. A fotografia atual mostra um local com poucas palmeiras e a correria dos moradores.

"No período colonial, quando foram trazidas as mudas de palmeiras para Cuiabá, a intenção era acompanhar a 'modernidade do Rio de Janeiro'. Já nas fotografias da década de 70 podemos observar que quase já não temos mais palmeiras. Elas foram cortadas porque, já nesta época, consideraram que as palmeiras não mais simbolizavam a modernidade", disse o historiador. Ele destacou que a retiradas das palmeiras teve resistência de muitos moradores, que consideravam que elas eram a identidade da Capital.

As transformações urbanas da Capital passam pela destruição de prédios, como o Jardim Alencastro, que foi sede do Governo Estadual em 1881; construções de pontes de aço, como a do Coxipó da Ponte, em 1897, que foi levada pela enchente na década de 80; aberturas de Avenidas, como a Getúlio Vargas, na década de 40; construção do Centro Político Administrativo, para ser a nova sede do Governo, em 1970. "O discurso do progresso, da modernidade, vai destruindo prédios, reconstruindo outros, alterando a paisagem", destacou o historiador Suelme Evangelista Fernadez.

VALORIZAÇÃO DA HISTÓRIA - A exposição "Cuiabá no Coração da América" está aberta ao público das 14h às 18h no Arquivo Público do Estado, localizado na avenida Getúlio Vargas. A partir da próxima semana, a exposição passa a ser itinerante, segundo informou o secretário de Administração Geraldo de Vitto. "Ela irá percorrer diversas secretarias, começando pela secretaria de Administração", explicou. "Estamos começando a exposição 'dentro de casa' para o nosso servidor perceber o quanto é importante o trabalho dele, já que a exposição foi produzida pelos servidores", disse o secretário.

Depois das secretarias, a exposição percorrerá as escolas estaduais de Cuiabá. "Nós queremos levar o Arquivo Público até a população, para que ela possa conhecê-lo", destacou o secretário. "Queremos mostrar que o Arquivo Público não é um 'depósito de papel velho', mas um local rico em informação, em história, e um meio disseminado de cultura", enfatizou.

De acordo com o secretário, a exposição "Cuiabá no Coração da América" é o primeiro momento dessa divulgação do órgão. O próximo passo será uma exposição com documentos. "Temos uma rica documentação histórica, como por exemplo, a Carta de instalação da Província de Mato Grosso".

Segundo o superintendente do Arquivo Público, José Fernandes de Alencastro, a maioria das pesquisas desenvolvidas no local são feitas por estudantes universitários ou pessoas com graduação que estão fazendo pós-graduação, mestrado, doutorado. "Nós queremos incentivar a pesquisa também pelos estudantes do ensino médio. Ao invés deles buscarem informações 'terceirizadas' nos livros, podem também checar direto nos documentos oficiais aqui no Arquivo Público e fazerem suas próprias interpretações", destacou. O telefone para agendamento de visitas por turmas, para escolas é o 613-1408.




Fonte: Redação/Secom - MT

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