Beneficiamento do algodão vai impulsionar produção da agricultura familiar no Estado

A parceria formada por entidades públicas e privadas que desenvolvem o Programa do Algodão em Mato Grosso vai alavancar ainda mais a cultura na agricultura familiar na Safra 2003/2004. Foram adquiridas com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Algodão (Facual) duas mini-usinas para o beneficiamento do algodão produzido por cerca de 150 agricultores familiares cooperados nos municípios de Nova Guarita e Glória do Oeste. A produção estimada pela Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetagri)´, que coordena o projeto, é de 120 toneladas de algodão colorido, produto que vai ocupar um nicho importante do mercado em Mato Grosso. Boas notícias como esta para o setor estão sendo divulgadas no estande da agricultura familiar montado na Agrishow Cerrado 2004, que acontece em Rondonópolis. Nesta quinta-feira (15/04), a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural (Seder), o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Empaer), a Fetagri e o Banco do Brasil, estão recepcionando cerca de 800 agricultores de 15 municípios e repassando informações sobre os programas dos governos estadual e federal voltados ao setor em um ciclo de palestras rápidas.

ALTERNATIVA ECONÔMICA- O programa do Algodão para a agricultura familiar é um dos temas da palestra proferida pelo diretor da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Mato Grosso, Camilo Plácido, e o representante da Fetagri, Adelar Schons. Segundo eles, a aquisição das mini-usinas de beneficiamento de algodão vai facilitar o acesso do agricultor familiar ao mercado consumidor.

Organizados em cooperativas os agricultores poderão beneficiar a produção e vender a fibra de algodão. "Este é um projeto de longo prazo. O nosso objetivo é fazer com as cooperativas possam instalar pequenas fábricas de confecção e artesanato, terceirizando a fiação e a tecelagem do algodão, que tem os maiores custos", disse o representante da Fetagri. O algodão colorido é mais uma alternativa econômica para o agricultor familiar, na visão dos parceiros envolvidos no projeto.

A área plantada de algodão pelo setor nesta Safra em Mato Grosso é de 350 hectares. A produção em pequena escala está sendo retomada a partir de um esforço concentrado da Embrapa, Empaer e Fetagri no desenvolvimento de pesquisas e validação de variedades adaptadas às condições do Estado. "A depois da crise que atingiu o algodão na agricultura familiar na Safra 2000/2001, identificamos o algodão colorido como nicho de mercado viável para o setor", explicou o diretor da Embrapa, Camilo Plácido. A adaptação da variedade produzida no Estado da Paraíba, a BRS 200, é a opção dos agricultores familiares, atualmente no Estado.

Terão acesso ao beneficiamento nas mini-usinas os produtores do setor cadastrados no Programa de Incentivo à Cultura do Algodão em Mato Grosso (Proalmat) e associados em cooperativas. Além da Fetagri, Empaer, Embrapa e do Banco do Brasil, o programa também conta com o apoio do Sebrae, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da Univag, da Algodoeira Zandonai e da Lucra Corretora