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Economia
Quarta - 14 de Abril de 2004 às 19:00
Por: Edina Araújo

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Debater a situação da infra-estrutura do País e extrair propostas para os gargalos na distribuição de produtos, tanto internamente quanto no comércio exterior foi um dos principais objetivos do IV Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas, que começou na terça-feira (13.04) e terminou nesta quarta-feira (14), no Auditório Nereu Ramos da Câmara Federal, em Brasília, sob o tema central "Apagão Logístico".

O evento foi promovido pela NTC& Logística, em parceria com a Comissão de Viação e Transporte da Câmara e Federação Interestadual de Transportes de Cargas (Fenatec) e teve entre os palestrantes o secretário de Estado de Infra-Estrutura, Luiz Antônio Pagot, que proferiu a palestra "É Possível Evitar o Apagão Logístico? Idéias e Soluções”.

"Mato Grosso tem dado exemplo para o Brasil", destacou o secretário, no início de sua palestra. "Fazendo com muito pouco dinheiro o que deixaram de fazer os Governos anteriores com muito dinheiro", completou. Para exemplificar, Pagot disse que o quilômetro de asfalto que faziam no passado por R$ 660 mil hoje é feito por apenas R$ 255 mil.

O secretário destacou as parcerias que o Governo do Estado de Mato Grosso tem feito com as Prefeituras, produtores rurais e associações para a recuperação das rodovias estaduais, por meio do consórcio. "O Governo do Estado faz a lição de casa, executando obras de qualidade com preço competitivo", afirmou.

Luiz Antonio Pagot explicou que, por meio do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), são arrecadados com recolhimento de impostos com a soja, algodão e madeira R$ 250 milhões, sendo que 30% dos recursos são destinados ao setor habitacional e os outros 70%, para recuperação e construção de rodovias estaduais.

O secretário enfatizou que, em 2003, o Estado teve à disposição para investimento no setor rodoviário recursos da ordem de R$170 milhões. "Para um Estado que tem 26.500 mil quilômetros de rodovias estaduais, das quais apenas 1.900 pavimentadas, parece uma gota no oceano", observou. No entanto, Pagot esclareceu que, após um levantamento das estradas do Estado, junto com os sindicatos, associações e federações, o Governo estabeleceu prioridades e conseguiu concluir 509 novos quilômetros de asfalto.

"A construção desses 509 km de asfalto é mais do que todos os Estados juntos fizeram e mais do que o Governo Federal fez nas rodovias federais, que é sua competência. Tudo isso foi possível pela criatividade e credibilidade do Governo Estadual", frisou Pagot. A meta até 2006, segundo ele, é chegar aos 3 mil quilômetros de asfalto.

Exemplo de Mato Grosso - "O Governo Federal deveria seguir o exemplo de Mato Grosso para recuperar as rodovias federais e deixar as discussões acadêmicas", recomendou Pagot. Ele sugeriu ainda que sejam feitas as concessões das rodovias federais, uma vez que o Governo Federal não está dando conta de recuperá-las.

Pagot observou que, mais do que nunca, o Governo Federal deve ficar alerta para a possibilidade de um apagão logístico no País. De acordo com o secretário, mesmo com uma economia sem crescimento, o País já enfrenta problemas para escoar a produção. Se voltar a acrescer, os problemas com escoamento da produção serão bem maiores, avaliou, lembrando que parte considerável da malha rodoviária encontra-se intransitável.

"Quem mais paga com as condições das estradas são aqueles que menos ganham, além das vítimas fatais que as péssimas condições das rodovias federais vem fazendo em Mato Grosso, bem como no Centro-Oeste", afirmou.




Fonte: Redação/Secom - MT

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