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Fábrica de ìndios
Na semana passada, fui convidada para participar de uma reunião com um grupo de produtores rurais que discutiam as instabilidades que o setor enfrenta e que, nos últimos meses vem se agravando. Fiquei de espectadora escutando e observando a postura dos presentes na reunião, curiosa que sou, vez ou outra fazia perguntas, queria entender o problema.
Não é de hoje que existem as disputas por terra ou as questões de demarcação de territórios indígenas, isso não é novidade, o que mudou nesta última administração é o relacionamento, quase libidinoso, do governo federal com organizações não governamentais e missões religiosas.
Como se não bastassem as ações do grupo MST, que já não mais representa um movimento de reivindicação social, existem as questões indígenas. Nenhum dos produtores presentes na reunião, acha que os índios são os responsáveis pelos conflitos, pelo contrário, todos percebem que eles, índios ou sitiantes, estão sendo usados como massa de manobra para atender interesses outros.
Um relato que me chocou muito foi o de criação de índios. Na região de Porto Esperidião vive há muitos anos um povo de origem Boliviana, descendentes do povo xiquitano. Instalaram-se nessa região quando ainda existia confusão entre os limites de fronteira dos dois países. Os que lá residem são totalmente integrados ao cotidiano nacional. São brasileiros que não tem a mínima afinidade com costumes, crenças, língua, tradição, nada que possa vinculá-los aos antepassados.
Essa população vivia feliz e contente, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas pelos cidadãos comuns brasileiros. Um belo dia apareceu um grupo dizendo que eles eram índios. Fizeram um documento para que eles assinassem, declarando que eram índios. A partir daí era possível reivindicar terra, proteção especial do governo, direitos quase ilimitados. Logo após, foi formado um GT – grupo de trabalho da FUNAI, incumbido de estudar a natureza etnohistórica, sociológica, jurídica, cartográfica e ambiental dos neo-índios.
Para dar veracidade ao “estudo” foram enviados para lá professores, com a finalidade de ensinar um dialeto. Afinal, como explicar a existência de uma etnia que não tem uma língua própria? Fotos foram tiradas dos candidatos a índios com artesanatos, instrumentos musicais e vestimentas, nunca vistos na região. Indagados sobre as fotos, os sitiantes contaram que “foi o pessoal que trouxe pra gente vestir”.
O que é isso? Uma fábrica de índios? Não consigo entender como o governo federal pode levar tanta instabilidade em um setor da economia que só dá estabilidade ao país. Qual o benefício para o Brasil de se criar índios? O que garante que isso levará melhoria de vida a essa população? Quem disse que eles querem “virar” índios? Isso não foi levado em consideração? Essa gente que lá vive não precisa ser catalogada como o que eles não são, precisam é de tratamento digno como a maioria da população brasileira carece.
O que está acontecendo no país é um processo de privatização dos índios. Determinadas ONG’S, muitas com fundo religioso ou bancadas por recursos externos, grupos com pseudo-caráter de reivindicação social e órgãos governamentais, como a FUNAI, pegaram para si o monopólio da terra, elas querem decidir quem tem ou não direito à propriedade, quem é ou não índio, quem vai produzir ou não e o que se deve produzir.
Como, além da privatização dos índios, eles detêm o monopólio para decretar se a terra é indígena ou não, o setor produtivo vai ficar a mercê de interesses escusos e completamente distintos dos interesses do país.
A quem recorrer em situações como esta? Ao Executivo federal? Perda de tempo, além de desprovido de capacidade de discernimento o atual governo federal mantém uma relação de dependência que beira a promiscuidade com organismos alternativos. Resta o poder Legislativo. Quem são seus representantes? Qual o poder de articulação e de união tem o setor rural? Perguntei na reunião. O que seus representantes estão, efetivamente fazendo para proteger, não só vocês produtores, mas a produção do Brasil?
* Adriana Vandoni Curvo
Não é de hoje que existem as disputas por terra ou as questões de demarcação de territórios indígenas, isso não é novidade, o que mudou nesta última administração é o relacionamento, quase libidinoso, do governo federal com organizações não governamentais e missões religiosas.
Como se não bastassem as ações do grupo MST, que já não mais representa um movimento de reivindicação social, existem as questões indígenas. Nenhum dos produtores presentes na reunião, acha que os índios são os responsáveis pelos conflitos, pelo contrário, todos percebem que eles, índios ou sitiantes, estão sendo usados como massa de manobra para atender interesses outros.
Um relato que me chocou muito foi o de criação de índios. Na região de Porto Esperidião vive há muitos anos um povo de origem Boliviana, descendentes do povo xiquitano. Instalaram-se nessa região quando ainda existia confusão entre os limites de fronteira dos dois países. Os que lá residem são totalmente integrados ao cotidiano nacional. São brasileiros que não tem a mínima afinidade com costumes, crenças, língua, tradição, nada que possa vinculá-los aos antepassados.
Essa população vivia feliz e contente, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas pelos cidadãos comuns brasileiros. Um belo dia apareceu um grupo dizendo que eles eram índios. Fizeram um documento para que eles assinassem, declarando que eram índios. A partir daí era possível reivindicar terra, proteção especial do governo, direitos quase ilimitados. Logo após, foi formado um GT – grupo de trabalho da FUNAI, incumbido de estudar a natureza etnohistórica, sociológica, jurídica, cartográfica e ambiental dos neo-índios.
Para dar veracidade ao “estudo” foram enviados para lá professores, com a finalidade de ensinar um dialeto. Afinal, como explicar a existência de uma etnia que não tem uma língua própria? Fotos foram tiradas dos candidatos a índios com artesanatos, instrumentos musicais e vestimentas, nunca vistos na região. Indagados sobre as fotos, os sitiantes contaram que “foi o pessoal que trouxe pra gente vestir”.
O que é isso? Uma fábrica de índios? Não consigo entender como o governo federal pode levar tanta instabilidade em um setor da economia que só dá estabilidade ao país. Qual o benefício para o Brasil de se criar índios? O que garante que isso levará melhoria de vida a essa população? Quem disse que eles querem “virar” índios? Isso não foi levado em consideração? Essa gente que lá vive não precisa ser catalogada como o que eles não são, precisam é de tratamento digno como a maioria da população brasileira carece.
O que está acontecendo no país é um processo de privatização dos índios. Determinadas ONG’S, muitas com fundo religioso ou bancadas por recursos externos, grupos com pseudo-caráter de reivindicação social e órgãos governamentais, como a FUNAI, pegaram para si o monopólio da terra, elas querem decidir quem tem ou não direito à propriedade, quem é ou não índio, quem vai produzir ou não e o que se deve produzir.
Como, além da privatização dos índios, eles detêm o monopólio para decretar se a terra é indígena ou não, o setor produtivo vai ficar a mercê de interesses escusos e completamente distintos dos interesses do país.
A quem recorrer em situações como esta? Ao Executivo federal? Perda de tempo, além de desprovido de capacidade de discernimento o atual governo federal mantém uma relação de dependência que beira a promiscuidade com organismos alternativos. Resta o poder Legislativo. Quem são seus representantes? Qual o poder de articulação e de união tem o setor rural? Perguntei na reunião. O que seus representantes estão, efetivamente fazendo para proteger, não só vocês produtores, mas a produção do Brasil?
* Adriana Vandoni Curvo
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/386518/visualizar/
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