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Cuiabá, além do olhar superficial (final)
No artigo anterior referi-me ao passado de Cuiabá, ao longo dos últimos 285 anos. Hoje, gostaria de olhar para o seu futuro, com base nas observações dos fatos dos últimos anos e das projeções que eles indicam.
No passado ela era uma referência humana avançada dentro do Centro-Oeste. Mais tarde, com a ocupação da Amazônia essa posição consolidou-se como pólo importante, de um estado importante, na posição geodésica da América do Sul. Nos últimos anos o Centro-Oeste entrou para a pauta de importância no Brasil, quebrando uma herança histórica de desimportância. Mato Grosso puxa a locomotiva neste momento.
E mais. Finda ou quase finda a ocupação pioneira dos cerrados, os olhos da economia e da ocupação voltam-se para a Amazônia. Tanto, que 66 municípios instalados no estado estão dentro da Amazônia mato-grossense. Mas a tendência é subir cada vez mais, independente da linha divisória a Noroeste com Rondônia, ao Norte com o Amazonas e ao Norte-Nordeste com o Pará.
Porém, Cuiabá está situada no centro geodésico, eqüidistante dos oceanos Pacífico e Atlântico, do rio Amazonas e dos portos de Santos, em São Paulo, e de Paranaguá, no Paraná. Sua posição dentro de Mato Grosso é bastante central. Na hipótese de uma futura nova divisão do estado, ela será ponto de entrocamento do Norte com o Sul, e passagem logística obrigatória de todos os transportes terrestres, incluindo os Leste-Oeste.
Na medida em que cidades produtoras de todas as regiões mato-grossenses se consolidam e se ampliam, a capital mais e mais assume sua condição de pólo de referência para Mato Grosso em áreas da educação, da saúde, da cultura, do turismo e do lazer, administrativa e política. Além, é claro, de logística dada sua posição central.
A região do centro-oeste sul-americano que engloba a Bolívia baixa polarizada em Santa Cruz de La Sierra, o Norte da Argentina e do Chile e o Sul do Peru, abriga próximo de 50 milhões de habitantes numa forte promessa de comércio mútuo e de integrações culturais e econômicas. É, também, um caminho natural para o oceano Pacífico.
Ao Norte, a ligação com o porto de Santarém abre uma linha muito importante com a provável pavimentação da rodovia Cuiabá-Santarém. A Noroeste, via Rondônia abrem-se caminhos para uma integração via Acre, com o norte do Peru. A Leste, via rodovias BR-070 e 158 sobe ao Pará e daí pode-se integrar ao Vale do Araguaia e ao Nordeste brasileiro pela ferrovia de Carajás e portos no Maranhão.
Paro por aqui nesta série de projeções sobre a logística que a posição geodésica confere a Cuiabá.
Mas chamo a atenção: uma cidade desse porte, precisa ser entendida, projetada e administrada com a importância estratégica que merece. Já passou, há muito, o tempo de tratá-la domesticamente como se fosse uma corrutela interiorana.
É vergonhoso que Cuiabá seja tratada com a visão caolha que, certamente, vai retardar o seu papel estratégico no futuro.
Portanto, quando vejo out-doors e mensagens vazias na mídia falando festivamente dos 285 anos de Cuiabá, sinto-me incomodado. Estas mensagens não fazem justiça ao seu honroso passado, e sequer percebem o futuro que as atropela. E atropela a todos nós!
* Onofre Ribeiro é Jornalista em Cuiabá e também escreve para o ReporterNews.
No passado ela era uma referência humana avançada dentro do Centro-Oeste. Mais tarde, com a ocupação da Amazônia essa posição consolidou-se como pólo importante, de um estado importante, na posição geodésica da América do Sul. Nos últimos anos o Centro-Oeste entrou para a pauta de importância no Brasil, quebrando uma herança histórica de desimportância. Mato Grosso puxa a locomotiva neste momento.
E mais. Finda ou quase finda a ocupação pioneira dos cerrados, os olhos da economia e da ocupação voltam-se para a Amazônia. Tanto, que 66 municípios instalados no estado estão dentro da Amazônia mato-grossense. Mas a tendência é subir cada vez mais, independente da linha divisória a Noroeste com Rondônia, ao Norte com o Amazonas e ao Norte-Nordeste com o Pará.
Porém, Cuiabá está situada no centro geodésico, eqüidistante dos oceanos Pacífico e Atlântico, do rio Amazonas e dos portos de Santos, em São Paulo, e de Paranaguá, no Paraná. Sua posição dentro de Mato Grosso é bastante central. Na hipótese de uma futura nova divisão do estado, ela será ponto de entrocamento do Norte com o Sul, e passagem logística obrigatória de todos os transportes terrestres, incluindo os Leste-Oeste.
Na medida em que cidades produtoras de todas as regiões mato-grossenses se consolidam e se ampliam, a capital mais e mais assume sua condição de pólo de referência para Mato Grosso em áreas da educação, da saúde, da cultura, do turismo e do lazer, administrativa e política. Além, é claro, de logística dada sua posição central.
A região do centro-oeste sul-americano que engloba a Bolívia baixa polarizada em Santa Cruz de La Sierra, o Norte da Argentina e do Chile e o Sul do Peru, abriga próximo de 50 milhões de habitantes numa forte promessa de comércio mútuo e de integrações culturais e econômicas. É, também, um caminho natural para o oceano Pacífico.
Ao Norte, a ligação com o porto de Santarém abre uma linha muito importante com a provável pavimentação da rodovia Cuiabá-Santarém. A Noroeste, via Rondônia abrem-se caminhos para uma integração via Acre, com o norte do Peru. A Leste, via rodovias BR-070 e 158 sobe ao Pará e daí pode-se integrar ao Vale do Araguaia e ao Nordeste brasileiro pela ferrovia de Carajás e portos no Maranhão.
Paro por aqui nesta série de projeções sobre a logística que a posição geodésica confere a Cuiabá.
Mas chamo a atenção: uma cidade desse porte, precisa ser entendida, projetada e administrada com a importância estratégica que merece. Já passou, há muito, o tempo de tratá-la domesticamente como se fosse uma corrutela interiorana.
É vergonhoso que Cuiabá seja tratada com a visão caolha que, certamente, vai retardar o seu papel estratégico no futuro.
Portanto, quando vejo out-doors e mensagens vazias na mídia falando festivamente dos 285 anos de Cuiabá, sinto-me incomodado. Estas mensagens não fazem justiça ao seu honroso passado, e sequer percebem o futuro que as atropela. E atropela a todos nós!
* Onofre Ribeiro é Jornalista em Cuiabá e também escreve para o ReporterNews.
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/386569/visualizar/
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