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Desmatamento cresce 133% no Mato Grosso
São Paulo - O desmatamento aumentou 133% entre 2002 e 2003 em Mato Grosso. De maio de 2001 a maio de 2002, foram desmatados 795 mil hectares. No mesmo período do ano seguinte, a devastação foi de 1,858 milhão – o equivalente a mais de quatro vezes o território do Estado do Rio.
Dessa área, 555 mil hectares tiveram a derrubada autorizada pelos órgãos ambientais. O restante – 1,303 milhão de hectares – foi desmatado ilegalmente.
Os dados foram levantados pela Fundação Estadual do Meio Ambiente de Mato Grosso (Fema-MT), com base em fotos de satélite fornecidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Na quarta-feira, o Ministério do Meio Ambiente divulga os dados do desmatamento entre agosto de 2002 e agosto de 2003 em todo o País, também com base em imagens do Inpe.
Até no Amazonas De acordo com o diretor de Recursos Florestais da Fema-MT, Rodrigo Justus de Brito, as imagens das áreas da divisa de Mato Grosso com Pará, Tocantins e Maranhão mostram que nos Estados vizinhos o desmatamento seguiu o mesmo ritmo.
“No sul do Pará, a situação é lastimável”, disse Brito, ressalvando que não fez uma análise detida dos outros Estados. “Há desmatamento até no Estado do Amazonas, onde historicamente nunca houve essa pressão.”
Agricultura e indefinições
Brito aponta dois motivos para o aumento do desflorestamento: a expansão da agricultura, impulsionada pela alta dos preços no mercado internacional, e as “indefinições do governo em relação a uma política para a Amazônia”.
Medida provisória reeditada entre 1997 e 2001 e “congelada” desde então define as parcelas de reserva que os fazendeiros devem preservar – no caso da Amazônia, 80% da área; no cerrado, 35%; e nas demais áreas, 20%.
Para o diretor da Fema-MT, falta uma lei que estabeleça definitivamente os parâmetros do desmatamento, que não deveriam ser lineares, como na MP em vigor. “Essa parcela de 80% é aleatória”, disse Brito. “A reserva deveria ser de 100% onde não há aptidão para a agricultura, e noutras áreas se deveria poder desmatar integralmente, sem prejudicar as fontes de água.”
Terra indígena
Para a bióloga Rosely Sanches, do Instituto Sócio-Ambiental, os dados do desmatamento de Mato Grosso são “particularmente graves” em municípios próximos ao Parque Nacional do Xingu, como Querência e Gaúcha do Norte.
“Metade da área desses municípios fica em território indígena”, observa a bióloga, que participou de uma expedição na região no ano passado.
Como o desmatamento em território indígena é praticamente nulo, isso quer dizer que em Gaúcha do Norte ele foi de 4,6% e em Querência, de 5,6% das áreas exploradas nesses municípios, raciocina Rosely. O entorno do parque é uma nova fronteira da soja.
Os dados foram levantados pela Fundação Estadual do Meio Ambiente de Mato Grosso (Fema-MT), com base em fotos de satélite fornecidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Na quarta-feira, o Ministério do Meio Ambiente divulga os dados do desmatamento entre agosto de 2002 e agosto de 2003 em todo o País, também com base em imagens do Inpe.
Até no Amazonas De acordo com o diretor de Recursos Florestais da Fema-MT, Rodrigo Justus de Brito, as imagens das áreas da divisa de Mato Grosso com Pará, Tocantins e Maranhão mostram que nos Estados vizinhos o desmatamento seguiu o mesmo ritmo.
“No sul do Pará, a situação é lastimável”, disse Brito, ressalvando que não fez uma análise detida dos outros Estados. “Há desmatamento até no Estado do Amazonas, onde historicamente nunca houve essa pressão.”
Agricultura e indefinições
Brito aponta dois motivos para o aumento do desflorestamento: a expansão da agricultura, impulsionada pela alta dos preços no mercado internacional, e as “indefinições do governo em relação a uma política para a Amazônia”.
Medida provisória reeditada entre 1997 e 2001 e “congelada” desde então define as parcelas de reserva que os fazendeiros devem preservar – no caso da Amazônia, 80% da área; no cerrado, 35%; e nas demais áreas, 20%.
Para o diretor da Fema-MT, falta uma lei que estabeleça definitivamente os parâmetros do desmatamento, que não deveriam ser lineares, como na MP em vigor. “Essa parcela de 80% é aleatória”, disse Brito. “A reserva deveria ser de 100% onde não há aptidão para a agricultura, e noutras áreas se deveria poder desmatar integralmente, sem prejudicar as fontes de água.”
Terra indígena
Para a bióloga Rosely Sanches, do Instituto Sócio-Ambiental, os dados do desmatamento de Mato Grosso são “particularmente graves” em municípios próximos ao Parque Nacional do Xingu, como Querência e Gaúcha do Norte.
“Metade da área desses municípios fica em território indígena”, observa a bióloga, que participou de uma expedição na região no ano passado.
Como o desmatamento em território indígena é praticamente nulo, isso quer dizer que em Gaúcha do Norte ele foi de 4,6% e em Querência, de 5,6% das áreas exploradas nesses municípios, raciocina Rosely. O entorno do parque é uma nova fronteira da soja.
Fonte:
Estadão.com
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/386848/visualizar/
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