Candidatura de Marcelo de Oliveira coloca o PPS em estado de alerta

Saiu Carlos Brito, entrou Marcelo de Oliveira. Essa é a nova pedra no sapato do PPS. Particularmente, do pré-candidato a prefeito Sérgio Ricardo. A menção do nome do secretário de Obras da Prefeitura de Cuiabá, tido como um dos homens de maior confiança do prefeito Roberto França, para ser candidato a prefeito fez “adormecer” os principais líderes socialistas. Até mesmo uma festa política marcada para sábado corre o risco de ser adiada.

Em verdade, a possibilidade de Oliveira ser candidato provocaria um cisão na base socialista. Apesar de estar no PMDB, Marcelo é apontado entre os principais líderes como um dos candidatos com o melhor perfil para atrair os votos. Não teria dificuldades em tirar gente que hoje supostamente apóiam Sérgio Ricardo. Sem contar o fato de que sua imagem estaria ligada diretamente a do prefeito Roberto França, que dispõe de boa aceitação popular, apesar de oito anos de mandato.

Além disso, Oliveira teria condições de reaglutinar aliados eleitorais e políticos do PPS. Mesmo em tom de brincadeira, o pré-candidato a prefeito pelo PFL, Jorge Pires de Miranda, admite que não teria dificuldades numa eventual composição com o PMDB de Marcelo de Oliveira. “Muita gente do PPS, em nível municipal e principalmente estadual, sairia em defesa de Marcelo de Oliveira” – disse um socialista, ao analisar o quadro.

A união PMDB-PFL traria ainda um grave complicador para o PPS de Sérgio Ricardo: o tempo na televisão. PMDB e PFL, juntos, ficariam com quase 2/3 do tempo destinado a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV. Comunicador, falante, uma campanha de Ricardo com pouco tempo de aparição seria um caos.

E tempo na TV é o que Marcelo de Oliveira iria ocupar. Junto com Roberto França há oito anos, o secretário teria como mostrar o que fez para contribuir de forma direta para mudar a cidade. Praticamente todas as obras da Prefeitura nos últimos oito anos têm a assinatura de Marcelo de Oliveira.

Oliveira, no entanto, se mostra distante do processo eleitoral. Fiel ao prefeito Roberto França, Marcelo prefere não se envolver na polêmica envolvendo o seu nome. Pede para não fazer comentários a respeito. Mesmo pessoas ligadas ao político dizem desconhecer suas pretensões: “Ele está no PMDB, vislumbrando possibilidades, mas não é a sua prioridade” – diz amigos próximos.