Mato Grosso tem dois candidatos a ministros, mas chances são pequenas Conhecedores da realidade, Rui e Neri são pouco entusiasmados
Na proposta da presidente Dilma Rousseff de promover a reforma ministerial, Mato Grosso tem dois candidatos para um ministério. O PSD indicou o presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso (Famato) , o pecuarista Rui Prado para o cargo. Ele próprio confirma que seu nome foi levado à articulação presidencial. O outro nome é do secretário de Política Agrícola, Neri Geller, produtor rural da região de Sorriso, segundo suplente de deputado federal, filiado ao PMDB.
A vaga no Ministério deverá ser aberta com a desincompatibilização de Antônio Andrade, deputado federal de Minas Gerais, que deve deixar o cargo para tentar a reeleição. A indicação de Antônio Andrade foi do PMDB, via vice presidente Michel Temer.
Especialistas consideram que tanto Rui quanto Neri fazem questão de tratarem o assunto com certa distância. Até porque os dois sabem que o cacife político que aportam suas respectivas candidaturas não são suficientes para ocupar o posto. Rui Prado, por exemplo, acaba de sair de uma eleição a presidente da Famato extremamente conturbada, com uma feroz oposição. Neri, por sua vez, é apenas segundo suplente de uma bancada federal pequena - de importância minúscula no cenário das composições políticas.
O que poderia pesar a favor de Mato Grosso para indicação de um ministro seria a força do agronegócio. A presidente Dilma sabe disso e mantém próximo de si o senador republicano Blairo Maggi, a quem oferece ministérios e outros cargos mais que desejar. Porém, na sua cota pessoal – o que implica dizer que Maggi, no máximo, poderia indicar alguém para um escalão intermediário, gozando de seu prestígio político. Como fez com Luiz Antônio Pagot, que ficou dois anos no Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT) até ser “esturricado” pelas empreiteiras.
Para lembrar, nem Geller e tampouco Rui Prado estão na sintonia fina do senador Maggi. O senador tem mesmo simpatia mesmo por Rodrigo Figueiredo, que já foi secretário-executivo do Ministério das Cidades.
LA VAI Joaquim
Amigos próximos do conselheiro Antônio Joaquim garantem que ele ficou entusiasmado com a possibilidade de voltar a carreira política. Não como candidato a governador ou senador, mas disputando uma das vagas a deputado federal. Avaliam que a bancada federal de Mato Grosso abrirá um ‘buraco’ com algumas situações estratégicas. O assédio é do PTB que tem lá o economista Luiz Antônio Pagot, que deseja também uma vaga para retornar a Brasília ‘em alto estilo’.
Antônio Joaquim poderia deixar o Tribunal de Contas do Estado com a aposentadoria integral. Ele já recebe ‘algum’ do Fundo de Aposentadoria Parlamentar, o velho FAP de guerra, quando foi deputado estadual.
DE UM jeito ou de outro
Felipe Patury, colunista da revista Época, avalia que após o Banco Central aprovar a criação do Banco Amaggi como instituição financeira de fomento, ficará difícil o senador Blairo Maggi dizer ‘não’ mais uma vez a presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula, que desejam sua candidatura ao Governo de Mato Grosso.
Diz o colunista: “O senador já comandou o Estado por dois mandatos, entre 2003 e 2010. Ele terá uma nova reunião com Dilma para discutir a sucessão mato-grossense. Agora, se a presidente reiterar o pedido de candidatura, talvez fique mais difícil para Blairo dizer que não topa a missão”.
CAVALEIRO do Apocalipse
Uma conversa de 15, 20 minutos com o secretário de Fazenda de Mato Grosso, Marcel Cursi, pode ser reveladora. Dele saem informações que coloca em pânico até os menos entendidos de política orçamentária e financeira. Homem forte do governador Silval Barbosa, é visto como um verdadeiro ‘Cavaleiro do Apocalipse’ tamanha desgraceira nos cenários que anda a construir para Mato Grosso.
NOTICIA de mais tarde
A pouco mais de quatro meses para o início da Copa do Mundo 2014, o setor aéreo brasileiro ainda se mostra pouco preparado para atender à demanda extra que será criada por conta do evento. Na verdade, se considerarmos números referentes ao ano passado, o fato é que o país ainda não é capaz nem de suprir suas necessidades internas no setor. A noticia da revista Exame mostra dados significativos sobre o Aeroporto Marechal Rondon.
Encravado no meio de um verdadeiro ‘campo de guerra’ visto de cima, está operando com 20% acima de sua capacidade.
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