Governo central cumpre meta fiscal de 2013; despesas crescem

O governo central (governo federal, Banco Central e Previdência) registrou superávit primário de R$ 14,532 bilhões em dezembro, acumulando R$ 77,072 bilhões em 2013, cumprindo a meta para o período mas com as despesas crescendo mais do que as receitas.

No mês passado, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira, a receita líquida total caiu 6,7%, encerrando 2013 com expansão de 12,5% e totalizando R$ 991,113 bilhões. As despesas totais, por sua vez, tiveram expansão de 9,1% no mês e de 13,6% no ano passado, chegando a R$ 914,041 bilhões.

No começo deste mês, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia anunciado que o resultado primário ficaria em cerca de R$ 75 bilhões em 2013.

A meta de R$ 73 bilhões de superávit primário do governo central para 2013 foi cumprida com folga graças à receita tributária extraordinária de R$ 20,4 bilhões com o Refis e outros R$ 15 bilhões do bônus do leilão para exploração do campo de petróleo de Libra.

O resultado primário de 2013 foi equivalente a 1,60% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas) e menor do que o visto no ano anterior, quando o superávit ficou em R$ 88,3 bilhões.

O governo tem sido alvo constante de críticas dos agentes econômicos por falta de transparência nas contas públicas e mau gerenciamento dos gastos. Com isso, já houve ameaças de rebaixamento de rating por parte de agências de classificação de risco, que veem ameaças ao comportamento da dívida pública.

O cenário é ainda mais complicado por causa da inflação elevada, que levou o Banco Central a iniciar um ciclo de aperto monetário, e também pela economia que ainda não apresenta sinais mais consistentes de recuperação.

Em todo o ano de 2013, ainda segundo o Tesouro, o investimento feito pelo governo federal atingiu R$ 63,2 bilhões, com alta de 6,4% em comparação a 2012, incluindo o programa Minha Casa Minha Vida.