Ministra dos Direitos Humanos quer pedir afastamento do prefeito Maria do Rosário acredita que prefeito pode influenciar testemunhas. Ministra também quer processos do prefeito de Coari-AM na Justiça Federal.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência República, Maria do Rosário, vai solicitar ao Ministério Público Federal que os processos que envolvem acusações de envolvimento do prefeito de Coari, Adail Pinheiro, em casos de pedofilia sejam transferidos da Justiça do Amazonas para a Justiça Federal. A Ministra prometeu ainda sugerir ao Judiciário e à Câmara Municipal de Coari, município distante 363 km de Manaus, o afastamento de Adail da prefeitura. As informações foram divulgadas durante reunião com membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, integrantes do judiciário e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília, na terça-feira (04).
"Existem muitos desafios que precisam ser enfrentados. Temos preocupações nesse momento, que expusemos na reunião. Entre elas, a morosidade do poder judiciário na resolução dos problemas,tivemos várias demonstrações do poder judiciário, ou ausência de atitude, que nos levam e nos fazem ter a certeza de que há um processo de morosidade que é extremamente nocivo", disse a deputada Erika Kokay (PT-DF), presidente da CPI.
A reunião realizada na Secretaria de Direitos Humanos, em Brasília, começou às 11h30 e durou cerca de duas horas. Antes da chegada da ministra, uma servidora da secretaria da Secretaria de Direitos Humanos informou que recebeu denúncias de que parentes de vítimas estariam sendo perseguidas, dentro e fora de Coari. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AM, Epitácio da Silva Almeida, também estava presente na reunião.
A deputada acredita que a permanência de Adail no cargo pode influenciar testemunhas e o andamento das investigações. "Também solicitamos o afastamento preventivo do prefeito de Coari. Há várias denúncias de ameaças a testemunhas, ameaças contra a própria CPI. Segundo denúncias da sociedade civil, ele [Adail] tem impedido que programas de proteção atuem no município. Do ponto de vista do processo, para assegurar a lisura, é importante que nós possamos afastar o prefeito. Há evidencias muito claras do uso do poder de prefeito para impedir os trabalhos de investigação", disse.
Denúncias
Adail Pinheiro, prefeito do município de Coari, responde a dezenas de processos na Justiça do Amazonas e foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados, que investiga envolvimento em suposta rede de pedofilia. As denúncias foram divulgadas em reportagens veiculadas no programa Fantástico, da Rede Globo, desde o último dia 19 de janeiro. No domingo (09), novas denúncias foram ao ar. O Fantástico veiculou reportagem que levanta suspeitas de que o chefe do executivo teria usado dinheiro público para organizar festas com menores de idade e levar convidados num avião que poderia socorrer doentes. Por meio de sua assessoria, o prefeito nega as acusações de envolvimento em casos de pedofilia.
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