Milhares de peixes são encontrados mortos às margens do Rio Piracicaba Animais foram avistados nesta quarta na região da Estrada do Bongue. Com a estiagem, manancial enfrenta a maior seca nos últimos 50 anos.
Milhares de peixes foram encontrados mortos na tarde desta quarta-feira (12) no Rio Piracicaba (SP). Várias espécies diferentes boiavam às margens do manancial, que vive a seca mais rigorosa para o período nos últimos 50 anos. Não foi a primeira mortandade verificada neste verão no trecho. No último dia 3, a reportagem do G1 já havia flagrado a situação, mas em menor proporção.
Os peixes foram encontrados mortos às margens da Avenida Jaime Pereira, conhecida como Estrada do Bongue, e algumas pessoas aproveitaram-se da situação para recolher os animais.
Nenhuma autoridade esteve no local até 15h desta quarta-feira para dar posicionamento oficial sobre as causas da mortandade.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou, via assessoria de imprensa, que não teve informações sobre a morte de peixes em Piracicaba, mas afirmou em nota que a possibilidade de morte de peixes é maior com a vazão do Rio Piracicaba baixa e que vai averiguar a questão.
Poluentes
A baixa vazão do manancial aumenta a concentração de poluentes, situação que afeta toda a vida aquática.
Segundo a professora de ecologia Silvia Regina Gobbo, da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), a seca estimula a proliferação de microorganismos, que consomem o pouco oxigênio ainda presente na água. "É o que causa mortandade de peixes em massa."
A presença de sujeira e lixo no leito do manancial, o que a especialista chamou de "hábito cultural nefasto", traz ainda o risco de contaminação da água por metais pesados e outras substâncias químicas de componentes plásticos e de aparelhos eletrônicos.
"O prejuízo não se restringe à vida aquática, mas também às pessoas que utilizam o rio para pescar ou para o lazer. Nestas condições, ficam expostas a infecções e problemas de saúde", afirmou a professora.
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