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Quarta - 10 de Outubro de 2012 às 20:54

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A Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso desconhecia a conduta do policial civil de 48 anos que morreu em Rondonópolis, a 213 quilômetros de Cuiabá, ao reagir a uma tentativa de assalto nesta terça-feira (9). Ele transportava R$ 15 mil para uma transportadora localizada às margens da BR-364 e, segundo a própria polícia, ele estava em horário de trabalho no momento em que fazia um serviço particular.

A jornada dupla é vedada na corporação. “A empresa havia sido assaltada dias antes e solicitou apoio da Polícia Civil para que pudesse trazer um malote para os funcionários na data de ontem (9)”, explicou o delegado regional, Percival Eleutério de Paula. Ao G1, o corregedor da Polícia Civil de Mato Grosso, Luiz Fernando da Costa, informou via assessoria de imprensa, que não havia nenhuma denúncia em relação à conduta dele antes do fato.

Por telefone, o gerente da transportadora informou à equipe de reportagem da TV Centro América que também não tem conhecimento sobre a solicitação e não sabia o que o investigador fazia naquele momento na porta da empresa e que tem um funcionário responsável para lidar com transporte de malotes com dinheiro.

A polícia prendeu nesta quarta-feira (10) um dos suspeitos, de 18 anos, que deu apoio à ação criminosa. Em depoimento à polícia, ele disse que viu o investigador recebendo um pacote contendo R$ 15 mil que seria entregue à transportadora. Do lado de fora da agência, o suspeito ligou para dois comparsas e passou as características físicas e o veículo em que a vítima estava.

O policial foi seguido por uma motocicleta até as proximidades da transportadora e, em seguida, abordado pelos assaltantes. A dupla anunciou o assalto, o policial reagiu e trocou tiros com os criminosos. Um deles foi atingido com um disparo na barriga. Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital Regional de Rondonópolis. De acordo com o último boletim médico, o suspeito não corre risco de morte. Já o policial também foi baleado. O tiro atingiu o coração dele, que não resistiu e morreu no local.

Os suspeitos têm passagens pela polícia. Um deles, que foi preso nesta quarta-feira,  informou que o trio já havia cometido outros três assaltos na modalidade "saidinha de banco". A polícia ainda está à procura do terceiro envolvido no crime que está foragido.

"Bicos"
De acordo com a presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Rondonópolis, Zilene Leal da Silva, os "bicos" são cada vez mais comuns. O emprego alternativo ao do horário de expediente no setor público tem sido uma solução encontrada por muitos servidores para aumentar os rendimentos.

Atualmente, um policial civil no início de carreira não ganha mais que R$ 2,7 mil. “Alguns se propõem a fazer o serviço de segurança mais por necessidade. Às vezes ocorre que o policial fica doente, os filhos estudam, as despesas são grande. O problema maior é o risco que se corre fora da instituição para se fazer um serviço de segurança”, disse a representante.

Ao G1, o corregedor da Polícia Civil informou ainda que é vedada aos policiais civis a jornada dupla de trabalho. No artigo 220 do Estatuto da Polícia Civil consta que é proibido ao policial civil exercer qualquer outro cargo ou função diferente do serviço público. O policial flagrado em "bicos" pode sofrer advertência, repreensão e, dependendo do caso, ser até suspenso.





Fonte: Do G1 MT

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