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Terça - 25 de Março de 2014 às 20:29

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Um dia após o TCE confirmar a existência de investigação de casos de nepotismo na Câmara de Cuiabá, Marcrean dos Santos (PRTB), um dos acusados, disse ao Rdnews que não tinha conhecimento de que o ato era ilegal. Clóvis Hugueney, o Clovito (PTB), por sua vez, está de licença médica. Ontem, ao ser contactado por nossa reportagem, disse estar numa reunião e, depois, não retornou as ligações. O caso veio à tona devido uma representação interna no Tribunal de Contas, que foi apurada por meio de auditoria. O TCE notificou o Legislativo e o caso deve ser apreciado pelo Pleno em 40 dias.

 Já presidente da Câmara, vereador Júlio Pinheiro (PTB), que fez uma das contratações ilegais em sua outra gestão, confessa que ele mesmo convidou a esposa de Clovito, Daniela Ribeiro Cardoso Hugueney, para trabalhar na secretaria de Apoio à Cultura e ao Resgate Histórico, com salário de R$ 8 mil. Apesar disso, justifica que não sabia que esposa também era considerada parente.

Pinheiro pondera desconhecer a existência de jurisprudências na Justiça sobre o parentesco por afinidade. No ano passado, entretanto, o ex-prefeito Manoel Rodrigues de Freitas de Terra Nova do Norte foi condenado por empregar a namorada Patrícia Aparecida da Silva como coordenadora de Programas na Secretaria de Educação e depois como secretária-adjunta de Planejamento e Fazenda. Ele também empregou o irmão Moacir Rodrigues de Freitas como secretário-adjunto de Educação.

O petebista, por sua vez, destaca que a pessoa, quando vai ser contratada pela Câmara ou qualquer órgão público, preenche uma série de requisitos e entrega documentações, dentre eles, um atestado declarando que não possui vínculo empregatício com outro órgão público e que não tem parentesco até terceiro grau com nenhum funcionário da entidade pela qual está sendo contratada.

Mesmo sabendo da relação conjugal de Daniela e Clovito, Pinheiro salienta que não havia qualquer documento dizendo que ela era casada com o parlamentar. Ele salienta ainda que confia na idoneidade das pessoas e que, por isso, nem ele nem o setor de Recursos Humanos checa a veracidade das informações declaradas. “A gente acata o que foi declarado. Não cabe a gente ou o RH fazer uma devassa na vida das pessoas”, enfatiza. Ainda em sua defesa, Júlio Pinheiro garante que não passa a mão na cabeça de ninguém, tanto é que teria determinado a abertura de diversos procedimentos administrativos na Câmara para apurar outras denúncias de nepotismo. 

Marcrean, que empregou o filho Mascwell dos Santos Silva como assessor de Tecnologia da Informação (TI) com vencimento de R$ 1,9 mil, afirmou que não teve má fé. “Se houve falha não foi proposital. Eu achava que não podia empregá-lo apenas em meu gabinete, mas na Câmara achava que não tinha restrição“, garantiu. O parlamentar pontua ainda que, se necessário, está disposto a devolver os salários que o filho recebeu durante os seis meses que trabalhou na Câmara. O rapaz trabalhou no Legislativo até que o Tribunal de Contas notificasse a Mesa Diretora para exonerá-lo.

Essa prática tem sido cometida há anos em órgãos públicos dos três Poderes, inclusive, através do nepotismo cruzado onde os agentes públicos empregam parentes um do outro em seus gabinetes e instituição da qual são gestores com o intuito de mascarar a improbidade. Embora Júlio se isente da responsabilidade da contratação ilegal, e pode responder solidariamente com Clovito pela prática de nepotismo, assim como o ex-presidente João Emanuel (PSD) que contemplou o filho de Marcrean.





Fonte: RD News

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