Cidinho faz apelo ao governo federal sobre retirada de famílias e pede "bom senso"

Da tribuna, na quinta-feira (27), o senador Cidinho Santos (PR) cobrou providências do governo federal em relação às 271 famílias retiradas da gleba Suiá Missu, em Alto da Boa Vista. Após quase dois anos da primeira desintrusão, a reintegração de posse, sentenciada pelo juiz federal Ilan Presser, teve início ontem, na qual policias federais e rodoviários federais conduziram o egresso dos produtores rurais que reocuparam a área, em fevereiro.

Segundo Cidinho, por falta de resolução por parte do governo federal, a região voltou a ser alvo de tumulto e tensão. O republicano destaca que são quase 7 mil pessoas, sendo cerca de 900 crianças, envolvidas. “São pais e mães desesperados sem condição de sustento, pois não há emprego na região para toda esta demanda. Até hoje não foram indenizadas ou realocadas”.

Na tentativa de reverter a situação, Cidinho apresentou levantamento feito no local, e a conclusão, segundo ele, é que para cada família Xavante há disponível 25 mil hectares de terra. Isso porque a região onde os colonos foram forçados a sair, a reserva Marãiwatsédé, tem 165.241 hectares, sendo habitada por 928 indígenas Xavantes, que ocupam apenas uma pequena parte desta extensão. 

Além disso, o senador aponta que existe, na Funai, a informação de que  há um montante de praticamente 110 milhões de hectares arrolado nos diversos estágios do processo de demarcação de território indígena. Apesar disso, os números não são definitivos, tendo em vista que há outras 15 iniciativas semelhantes ainda em estudo.

O parlamentar também defende a efetivação da portaria 303/2012, da AGU, que normatiza os critérios para demarcação de terras indígenas, limitando a ampliação de áreas já abalizadas. “Defendo a efetivação da 303, pois sou grande defensor do direito de propriedade, e contra o abuso na criação de reservas indígenas. Espero que o bom senso recaia sobre todos e que o senso de responsabilidade e retidão do governo federal fale mais alto”. (Com Assessoria)