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Politica Brasil
Terça - 01 de Abril de 2014 às 15:47

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Em meio à discussão sobre a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional para investigar a Petrobras, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (1º) durante discurso na posse do novo ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, que os aliados do governo saberão impedir que motivações eleitorais atrapalhem a solução de problemas do país.

Dilma deu a declaração quando falava sobre a atuação do Congresso Nacional, já que Berzoini será responsável por fazer a intermediação entre o governo e parlamentares.

"Tenho certeza que os nossos aliados saberão agir para impedir que motivações meramente eleitorais acabem por atropelar a clareza e esconder a verdade na busca de respostas e soluções para os grandes problemas nacionais", disse a presidente.

Dilma classificou Berzoini como um "militante da democracia" e disse que ele entende a importância de uma negociação com o Congresso "altiva, honesta e respeitosa".

Sobre Ideli, Dilma destacou sua "lealdade" em uma "atividade difícil" dentro de um regime democrático.

"Mas um regime democrático, justamente pelo fato de ser marcado pela independência rigorosa entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, necessitam constantemente de um processo de negociação para aprovar as leis que propiciem o alcance dos grandes interesses nacionais", afirmou Dilma.

CPI da Petrobras

Berzoini assume a articulação política do governo em meio à tentativa da oposição de criar a uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar denúncias envolvendo a Petrobras.

Nesta segunda-feira (31), antes mesmo de tomar posse, Berzoini se reuniu com líderes da base no Palácio do Planalto, acompanhado da ex-ministra Ideli Salvatti, para tentar traçar estratégias para derrubar a criação da CPI.

Após a posse, em entrevista a jornalistas, Berzoini foi questionado sobre qual teria sido a orientação da presidente Dilma Rousseff sobre como conduzir as negociações para evitar a CPI da Petrobras.

"A orientação é que façamos o diálogo com as lideranças da base para ver qual o melhor caminho para obter justamente o que ela falou em seu discurso: evitar qualquer tipo de exploração político-eleitoral em um assunto tão importante para o Brasil como é a gestão da Petrobras", respondeu Berozini.

Berzoini defendeu uma CPI "ampliada", incluindo outros assuntos além da Petrobras. "Nós achamos que se é para ter investigação de assuntos candentes, nós devemos ter de vários assuntos, alguns inclusive que não foram objetivo ainda de apuração no Congresso Nacional", disse.

Ele lembrou que há investigações conduzidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal sobre a Petrobras.

Segundo o ministro, não haverá orientação expressa do governo, mas, sim, "diálogo" com os líderes para traçar a melhor estratégia.

Investigações

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, que acompanhou a cerimônia de posse, defendeu que o Congresso também investigue denúncias de supostas irregularidades no metrô de São Paulo e no Porto de Suape (PE). As apurações atingem os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), provável candidato à presidente da República.

"[Queremos] discutir o cartel, a corrupção no metrô e o que ocorreu em Suape. O deputado Paulo Teixeira está coletando assinaturas nessa direção. Obtendo o número de assinaturas, vamos avaliar", disse Falcão.

Ele afirmou ainda que o PT vai tentar evitar que a possível criação da CPI para investigar a Petrobras enfraqueça a estatal. "O que posso dizer é que nossa preocupação com o ano eleitoral é que essa CPI só tenha esse conteúdo de política eleitoral e enfraquecimento da empresa. É possível colocar as coisas nos devidos eixos, mostrar que existe um ataque especulativo à Petrobras por parte da oposição", afirmou.

Nos bastidores o governo já admite que será difícil evitar a criação da CPI, e se prepara para "ocupar" a comissão – deve indicar parlamentares de peso para defender a Petrobras e evitar que denúncias envolvendo a empresa sejam usadas pela oposição como combustível de campanha nas eleições de outubro. O PT também vai trabalhar para ficar com a relatoria da comissão.

O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), esteve presente à posse de Berzoini e afirmou não ver "problema" na eventual criação de duas comissões parlamentares de inquérito, uma para apurar a Petrobras e outra para investigar denúncias de irregularidades no metrô de São Paulo.

"Não vamos permitir que se contamine o processo eleitoral com a CPI. Investigação, se houver, vamos respeitar a legalidade e dentro do objeto específico. Durante o período do chamado mensalão houve duas CPIs ao mesmo tempo. Não vejo problema nisso não", disse.

Por sua vez, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou, após participar da posse, que a presidente Dilma quis destacar, no discurso, que os parlamentares precisam ter “responsabilidade” compatível com a função.

"Ela fez uma declaração que nenhum de nós pode precisar, mas foi uma observação de princípios e valores. Vai no sentido de que todos devemos ter responsabilidade compatível com a função e não se aproveitar da função para fazer exploração indevida", disse.





Fonte: Do G1

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