Estudo da Findes aponta risco de apagão e crise na indústria do ES

A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) realizou um estudo sobre o fornecimento e o consumo de energia no estado nos últimos meses e constatou que há risco de apagão neste ano. A análise técnica feita pelo Conselho Temático de Energia (Conerg) defende a emissão de um alerta para todo o Espírito Santo recomendando a racionalização do consumo de energia antes que o governo federal decrete um racionamento.

Segundo Marcos Guerra, presidente da Findes, grandes mineradoras do Espírito Santo consomem tanta energia quanto a população da cidade de Vitória. O estudo mostra que o risco de faltar energia é muito grande: em fevereiro, ele estava em 20%; em março, subiu para 42%, nível que deve se manter em abril. O risco considerado normal é de apenas 5%.

"Estamos saindo de um período de chuva e as reservas de água do país estão 40% abaixo do nível considerado normal. A industria está muito preocupada, não vem crescendo há praticamente dois anos. Precisamos voltar a crescer. A estiagem é uma das causas, mas não podemos ficar na dependência só de São Pedro. O governo federal precisa investir em infraestrutura energética", afirma Marcos Guerra.

O presidente da Findes critica a atuação do governo perante a crise. "Quando você pega uma situação como essa e percebe que todas as térmicas do país estão funcionando, o que sinaliza emergência, e a gente não vê um alerta, uma propaganda educativa em cima desse possível desabastecimento de energia. Isso preocupa a industria capixaba", diz.

A Findes defende uma ampla campanha para reduzir o consumo de energia e projetos de incentivo para investimento em energias renováveis. A recomendação é para que os empresários capixabas busquem alternativas, como produção própria, para que a exposição ao problema seja reduzida. "Somos um Estado que importa energia, que está na ponta das linhas de transmissão e que já sofreu com três blecautes nos últimos meses. Nossa orientação é para que o industrial já comece a racionalizar o uso de energia", afirma o presidente.