Jayme defende traçado atual

O senador Jayme Campos (DEM) saiu em defesa do atual traçado da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico). Para o democrata, a mudança prevista não será benéfica para o Estado. Ele cobra uma solução rápida para o impasse. 

Conforme Jayme, já foram realizadas cerca de 10 audiências públicas para discutir o traçado e os impactos da nova ferrovia. No entanto, até o momento, não foi lançado o certame para escolha da empresa que deve construir e administrar a linha. 

O senador defendeu que as classes agrícolas e política mato-grossense se unam para cobrar o governo federal neste sentindo. 

A preocupação de Jayme tem como motivo a união de quatro das maiores trades agrícolas do país para propor um novo desenho para as rotas de escoamento da safra, que partem de Mato Grosso em direção ao mercado internacional de grãos. 

Amaggi, Cargill, Bunge e Dreyfus defendem três novas ferrovias para Mato Grosso, uma delas é a Fico, mas ela teria sua extensão reduzida até o município de Água Boa (distante 730 quilômetros de Cuiabá). Com a alteração, ela deixaria de passar por Lucas do Rio Verde que, de acordo com o primeiro traçado, seria ligada a Uruaçu (GO). 

Com o traçado atual, a Fico também contemplaria outros municípios responsáveis por boa parte da produção de grãos do Estado ou com potencial de crescimento. A rota também era tida como uma solução para o barateamento do frete, tendo em vista que grande parte da sagra é escoada hoje por caminhões até os terminais ferroviários de Rondonópolis, Itiquira e Alto Araguaia. 

O projeto inicial previa ainda que, futuramente, os trilhos fossem estendidos até Vilhena, em Rondônia, contemplando outros municípios mato-grossenses. 

O governo federal está liberado desde fevereiro pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para lançar o edital para a escolha da empresa que vai construir a nova ferrovia. No entanto, ainda segue sem previsão para o lançamento do certame. 

O principal defensor das alterações no traçado é o senador Blairo Maggi (PR), que goza de prestígio junto ao Palácio do Planalto. Ao contrário de Jayme Campos, o republicano vê nessas ferrovias a solução dos problemas de escoamento da produção do Estado. (TA)