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Sexta - 30 de Maio de 2014 às 17:01

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O pagamento de precatórios em Mato Grosso pode também ter sido empregado no esquema de lavagem de dinheiro tendo como objetivo à irrigação de um ‘sistema’, que beneficiava núcleo político no Estado, supostamente, operado pelo ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes. A Polícia Federal apura o emprego da empresa Piran Participações – pertencentes ao empresário Valdir Piran – na ação.

Piran e suas empresas foram alvos do cumprimento de mandados de busca e apreensão em duas ocasiões, 12/11/2013 e 19/02/2014. A PF aponta que que ele se beneficiou com a compra com deságio de 54% em precatórios autorizados pelo Governo do Estado à empresa Andrade Gutierrez. No entanto, a Federal cita que “a negociação serviu apenas para escudar simples transferência de recursos do Estado para a Piran Participações e Investimentos; a dissimulação é reforçada, inclusive, pela cláusula em que se garante o sigilo do negócio, mediante a "não notificação do devedor".

A apuração elenca que se tratasse mesmo de cessão de crédito, o correto seria que a Piran Participações e Investimentos realizasse os pagamentos para a empresa Andrade Gutierrez para, depois, opor o crédito adquirido perante o Estado.

Para embasar pedido de busca e apreensão a casa do pai do empresário - que também é sócio na empresa -, os delegados federais Wilson Rodrigues de Souza Filho e Guilherme Augusto Torres, que atuam na Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado e Delegacia Regional de Combate a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos Públicos - apontam que foram apreendidos na residência do investigado Eder de Moraes Dias, documentos de cessão de crédito em precatório da empresa Andrade Gutierrez em favor da empresa Piran Participações e Investimentos LTDA.

A investigação aponta que a empresa Andrade Gutierrez recebeu parceladamente entre 4 de março de 2009 e 28/12/2012 , a quantia de R$ 260.692,666, 15. Concomitantemente, a empresa Andrade Gutierrez cedeu seu crédito de precatórios a Piran Participações e Investimentos com deságio de 54%. Em despacho de autorização de mandado de busca, o juiz da 5ª Vara Federal, Jeferson Schneider, expõem “em outras palavras, a Construtora Andrade Gutierrez cedeu crédito junto ao Estado de Mato Grosso no valor de R$288.270.654,69 em favor da Piran Participações e Investimentos pelo valor de R$ 156.761.582,00. Ainda no mesmo mês de junho de 2009, o Estado de Mato Grosso pagou R$104.203.850,94 em favor da Construtora Andrade Gutierrez, os quais foram, por força da cessão de crédito, repassados para a Piran Participações. Existem fortes indícios de que recursos públicos do Estado de Mato Grosso foram transferidos ilegalmente para a Piran Participações por meio do pagamento de precatórios e cessão de créditos utilizados apenas para ocultar o destinatário final dos recursos”, finaliza o magistrado ao conceder a ordem de busca.

Tentativas

A reportagem entrou em contato com advogado Paulo Budoia que acompanhou o cumprimento de mandado de busca à empresa de Piran em fevereiro deste ano, mas o mesmo informou que somente atuou nesta ação. A reportagem entrou ainda, em contato com a filial da empresa Piran Participações e Investimentos LTDA, instalada no bairro Santa Rosa, em Cuiabá, e foi informada de que o empresário encontra-se na capital, mas a atendente não estava autorizada a divulgação do contato do mesmo. Até o fechamento dessa reportagem, o empresário ou representantes legais não retornaram à redação sobre as informações constantes em inquérito da Polícia Federal e decisão da Justiça Federal (para cumprimento de mandado de busca e apreensão.

Ararath

As investigações vieram à tona com a deflagração da operação Ararath, que tem como foco de atuação a desarticulação de um suposto esquema de lavagem de dinheiro empregando para essa finalidade operações em instituições clandestinas para 'fomento finaceiro'. O dinheiro 'lavado' servia para abastecimento do sistema empregado em benefício do núcleo político de Mato Grosso para ‘compra de apoio eleitoral, assim como de pesquisas e financiamentos de campanhas”. As investigações se intensificaram depois que o empresário Gércio Mendonça passou a ser delator do esquema. Ele é proprietário das das duas empresas - Globo Fomento Mercantil e Amazônia Petróleo que foram amplamente usadas no esquema.





Fonte: Olhar Direto

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