Dilma diz que 'campanha contra a Copa' visa atingir o PT Ela apontou 'desinformação' e rebateu previsões negativas sobre o evento
A presidente Dilma Rousseff afirmou na sexta-feira (6) que existe no país uma "campanha sistemática" contra a Copa do Mundo no Brasil, mas que "de fato", "é muito mais uma campanha sistemática contra nós", se referindo aos governos do PT. Em Porto Alegre, ela criticou a "desinformação" sobre os gastos com estádios e com infraestrutura, preparada, segundo ela, não para o evento, mas para a própria população.
"Há hoje uma campanha sistemática contra a Copa do Mundo. Ela de fato não é contra a Copa do Mundo, ela é muito mais uma campanha sistemática contra nós. Quero dizer para vocês que nem na ditadura nós confundimos Copa com política", afirmou a presidente, durante lançamento da pré-candidatura de Tarso Genro ao governo gaúcho, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dilma passou então a enumerar uma série de previsões negativas, que segundo ela, começaram antes das manifestações iniciadas em junho do ano passado. Sem citar o nome, ela citou reportagem de 2011 da revista "Veja" que criticava o ritmo das obras dos estádios. "Tem na capa 2038 como sendo o ano em que os estádios vão ficar prontos", ironizou.
Depois, rebateu a ideia de que o governo tirou dinheiro da saúde e da educação para gastar na Copa. Ela explicou que o dinheiro público que financiou as arenas (R$ 4 bilhões) trata-se de empréstimo e não de gastos do Orçamento e que só neste ano o governo investiu R$ 280 bilhões em educação e saúde.
"O dinheiro dos R$ 280 bilhões é Orçamento e o dinheiro dos estádios é dinheiro de banco. E está para nascer o banco que não cobre. Eu ainda não conheci nenhum que não cobre rigorosamente as duas dívidas com suas taxas de juros", afirmou.
Ela também refutou previsões que apontavam risco de dengue, racionamento de energia e falta de internet durante o evento. "Não há a menor possiblidade de haver racionamento, não é na Copa, é agora. [...] Aonde está tendo racionamento de água, ninguém fala", disse a presidente. Ela repetiu que os aeroportos não foram ampliados para a Copa, mas para "atender a enorme demanda" alcançada com a redução da desigualdade social no país.
Economia
Durante o discurso, Dilma também defendeu a condução da política econômica pelo governo, ressaltando que o Brasil atravessou a crise internacional "sem desempregar nem diminuir salários". Ela também criticou propostas de "ajuste" e "choque de gestão", em referência indireta a programas econômicos defendidos pelo PSDB.
"Repudiamos o passado atrasado implantado no Brasil. A agenda deles é a agenda do retrocesso, é a volta de um país para poucos. Não fui eleita nem para desempregar, nem para arrochar salário de tabalhador. Não fui eleita para alienar qualquer empresa pública, muito menos a Petrobras, e entregar o pré-sal", afirmou.
Antes de Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclamou a militância a mostrar as realizações dos governos petistas em comparação com gestões anteriores. "Me dei conta que o que está acontecendo de errado é um processo de desinformação premeditado, para as pessoas só saberem o que tem de errado nesse país", afirmou Lula.
Perguntem para qualquer empresário se houve algum momento na história do país em que os eles ganharam tanto dinheiro como no período de 10 anos em que o PT governa o país", completou depois.
Comentários